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Marcos Ribolli / globoesporte.com |
Há um ano.
Há um ano, Cássio era herói e fazia defesas que até Deus duvidava. Alessandro, mesmo com suas limitações, rasgava de lado a lado, participava na parte ofensiva e ainda era capaz de ficar encarregado da marcação de Neymar, por exemplo. Paulo André retomava a vaga de titular e garantia entrosamento com Chicão. Fábio Santos era o cara do apito final, o sortudo a tocar pela última vez na bola em todas as conquistas. Ralf era um monstro, Danilo era decisivo, Guerrero implacável e Sheik um ídolo libertador. Tite? O melhor de todos os técnicos. O Corinthians era campeão da Libertadores e do mundo.
Algumas coisas há um ano, outras há menos tempo.
Todo mundo desaprendeu a jogar futebol? E o pior, esqueceram a camisa que vestem?
Elencando as desculpas pela derrota de hoje, junto aqui palavras do treinador, jogadores, jornalistas e torcedores:
– A bola não entrou, não era nosso dia;
– Faltou concentração;
– Time sem vontade;
– Mau momento técnico;
– Não dá para manter o ritmo de 2012.
– Faltou concentração;
– Time sem vontade;
– Mau momento técnico;
– Não dá para manter o ritmo de 2012.
Nenhuma delas é aceitável. Repito: nenhuma delas é aceitável.
Quando é para sair trombando com a imprensa e com os pobres torcedores que aguardam desesperadamente um autógrafo para pegar o carro rapidinho e vazar para o show da Beyonce, não se erra a mira, não se chuta por cima.
Quando é para aparecer no instagram dando beijo na boca do amigo, não se fura.
Quando é para vomitar números de aproveitamento com ou sem pivô, estamos bem municiados.
E quando é para jogar bola e fazer o resultado?
Me perdoem, mas ultrapassou os limites. Já não é mais pelo título que eu disse há alguns dias que não teríamos mais chances, sequer é pela vaga na Libertadores ou pela disputa da Copa do Brasil. É por vergonha na cara.
Estão muito melindrados. Não querem aceitar que a torcida proteste na arquibancada dizendo que falta vontade. Discordam. Mas time que joga com vontade, na hora que aparece na cara do gol, mata. Era assim com o Corinthians em 2012 e 2011. Foi assim que conquistou o Brasileirão, a Libertadores e o Mundial.
Conquistou correndo, suando, brigando mais que o adversário, subindo de cabeça aos 42 do segundo tempo e abraçando corinthiano no alambrado, botando moral em argentino, fazendo europeu ficar com a mão na cintura observando o mar negro pulsando em Yokohama.
Não foi com essa atitude displicente, com futebol coxinha, cheio de “não me toque” e desculpas cada vez mais esfarrapadas.
Tenham respeito pela instituição, aconteçam novamente, se reinventem.
Ao invés de buscar uma saída confortável para o problema e empurrar o resto da temporada com a barriga, se tranquem no CT. Se internem. Fiquem 10, 15, 20, 30 dias concentrados, não me importa. A família de vocês está muito bem amparada com a fortuna que vocês ganham. Vocês devem retorno para o clube que oferece a vocês as melhores condições de trabalho possíveis.
Criem vergonha na cara, repito.
Perder faz parte do jogo. O que não faz parte é essa atitude deplorável de alguns.
Merecimento? O que o campo fala?
Hoje nem Tite merece treinar essa equipe. É o primeiro que precisa se reinventar.
Há um ano tudo era diferente.
Que daqui a uma semana também possa ser.
Ressurjam, renasçam.
Agora.
Fonte: Globo Esporte