Paulo André de atacante fixo na área.
Ralf como zagueiro.
Alessandro no meio de campo.
O que seria sinal de versatilidade é de um elenco mal formado.
Tite ficou ligado ao elenco campeão do mundo.
E não pediu mais peças de reposição.
Poderia, o Corinthians tinha dinheiro.
A diretoria disposição de agradá-lo.
O sonho de 2013 era a conquista do bi da Libertadores.
Mas faltou critério.
Medo de reformular demais o elenco.
E mexer como time que lhe deu a maior alegria da carreira.
O colocou como candidato sério à seleção brasileira.
Não é de hoje que Tite tem esse tipo de comportamento.
Há dez anos ele se envolveu em caso polêmico em Porto Alegre.
Ele treinava o Grêmio.
E venceu fácil a Copa do Brasil em 2001.
Humilhou o Corinthians de Vanderlei Luxemburgo.
Venceu por 3 a 1.
Percebeu que seu patamar de treinador mudou.
Se tornou conhecido em todo o País.
Deixou de ser apenas técnico para consumo do Rio Grande do Sul.
E ficou eternamente grato àquele time.
Aos jogadores.
Tanto que em 2003 acabou sendo exposto no caso das ovelhinhas.
Um repórter do jornal Zero Hora ligou para Flávio Obino.
O presidente apertou uma tecla de seu celular.
Pensou que tivesse desligado o aparelho.
Na verdade apertou o botão errado.
E continuou uma conversa com seu vice, Luiz Eurico Vallandro.
E seu diretor Luís Onofre.
Criticou vários jogadores.
Entre eles Ânderson Lima e Luís Mário.
Os ironizou chamando de ‘ovelhinhas’ de Tite.
O jornal reproduziu a conversa e o ambiente ficou insustentável ao treinador.
Ele acabou saindo do clube.
Em Porto Alegre até hoje o termo é utilizado em tom de ironia.
No Corinthians, Tite repete o comportamento.
E se colocou à frente de uma reformulação do elenco.
Alessandro, Fábio Santos, Emerson Sheik já não contam com apoio da direção do clube.
A necessidade de dois laterais talentosos e ágeis é algo evidente.
Assim como ter mais um atacante mais jovem, artilheiro.
Até porque Tite não é um técnico que tenha paixão por trabalhar com garotos na base.
Prefere jogadores rodados, experimentados.
O elenco do Corinthians é grande e pequeno ao mesmo tempo.
De número de jogadores ninguém pode reclamar.
Mas Tite costuma utilizar poucos.
Tudo fica restrito.
Não se pode chamar Sheik, Alessandro e Fábio Santos de ovelhas.
Mas são jogadores do coração de Tite.
Ele terá de agir para 2014.
Até porque Mario Gobbi quer a renovação do seu contrato antecipada.
A hora é de partir firme para tentar o título brasileiro.
Ou pelo menos garantir uma vaga na Libertadores.
E também começar a pensar sério na reformulação do elenco.
A perda de Paulinho pode ser amenizada.
Pela 20ª vez, Cristian manda avisar que deseja voltar da Turquia.
Ele é um segundo volante ofensivo.
Perfeito para atuar com Ralf.
Outra vez os comentários crescem que Sheik pode ir para o Flamengo.
Há um tom de arrependimento na renovação de seu contrato.
Estava acertado com o time de Mano Menezes, como Chicão.
Só não foi embora por um pedido especial de quem?
Sim, de Tite.
Ele é grato demais pela Libertadores de 2012.
Já disse várias vezes que sem Emerson ela seria impossível.
Alessandro sabe que está perto do final da carreira.
E Fábio Santos vive fase descendente.
Há muita gente acomodada no Parque São Jorge.
Tite os deixou assim.
Empresários não param de oferecer atletas ao Corinthians.
Mas Tite é muito rigoroso.
Se diz satisfeito demais com o seu elenco ‘campeão do mundo’.
Tite faz de conta que não enxerga que ele é enxuto.
E com jogadores que tem nível técnico para servir seleções.
Como Alexandre Pato e Guerrero.
Assim como Ralf, Gil, Renato Augusto.
As convocações desfalcam o time, enlouquecem Tite.
Por não ter trabalhado para ter reservas à altura.
O resultado é essa absurda instabilidade no Brasileiro.
Na Copa do Brasil, com direito a ter coragem de perder para o Luverdense.
Tite precisa se desapegar.
Ter coragem de cortar os laços umbilicais com o elenco corintiano.
Precisa ser frio, calculista.
O que tinha de ganhar, ganhou.
Conseguir títulos com time envelhecido tem consequências.
E ele está pagando por elas.
Por isso o elenco é irregular.
Capaz de golear o Flamengo por 4 a 0.
E apenas empatar com o Náutico em 0 a 0.
A culpa é do treinador corintiano.
Ele que foi brilhante taticamente em 2012.
Não percebe que seu time não tem mais a mesma força física em peças fundamentais.
Por isso ficou impossível manter o ritmo intenso…
Alucinante da conquista da Libertadores, por exemplo.
Ele restringiu o Corinthians a um time enxuto demais.
No qual tem seus favoritos, seus protegidos.
Alguns deles cansados de guerra.
Por isso que zagueiro acabou centroavante no domingo.
Volante virou zagueiro.
E volante, lateral.
Dez anos depois, jornalistas gaúchos poderiam resumir de forma mais tosca.
Tudo por causa das suas ‘ovelhinhas’.
Brancas, fofas, aparentemente inofensivas.
Aquelas que tornaram a sua permanência no Grêmio impossível.
São as mesmas que se sentem confortável demais com Tite no comando.
Intocáveis porque ganharam a Libertadores e o Mundial.
E estão deixando o Corinthians bipolar em 2013…
Fonte: Blog do Cosme Rímoli