Rogério dos Santos é o “pai” do gramado da Arena Corinthians | © Divulgação |
Uma das profissões mais solitárias em dias de jogos, porém de vital importância, é a de quem reforça com cal as marcas do campo e coloca as redes nas traves. Há 16 anos na área, Rogério dos Santos cuidou deste ofício no estádio do Pacaembu durante cinco e é o ‘pai’ do gramado da Arena Corinthians.
Casado e residente no bairro de Jd. São Nicolau, Rogério dos Santos, de 49 anos, tinha o sonho, ainda criança, de se tornar um jogador de futebol. O insucesso de suas tentativas em peneiras viria a ser recompensado anos mais tarde. ‘Não pude ser jogador de futebol, mas por acaso ganhei esse presente, de estar ali no campo, sempre cuidando dele’, declarou.
Em sua bagagem, deixou em perfeitas condições os gramados dos estádios utilizados durante a Copa América de 1999, no Paraguai, além de outros na Bolívia e na Colômbia. Recentemente também cuidou de um campo de treinamento em Angola utilizado pela Seleção Angolana. De 2005 a 2010, foi o responsável pelo gramado do Pacaembu, sobretudo nos jogos do Corinthians.
Afiado em relação às características do gramado utilizado na Arena Corinthians, Rogério trabalha na Arena desde o início do processo de semeadura. ‘Aqui na Arena, temos um gramado diferente, de alta performance, pioneiro na América Latina e inédito no mundo’, afirmou.
Considerada uma grama de inverno euroupeu, a raigrass perene ou phd se diferencia das outras já que é híbrida, ou seja, tem em sua costura 7% de fibra sintética, o que evitará os famosos ‘tufos’ arrancados pelos jogadores nos carrinhos. Outra característica diferente é o sistema de tubos localizados embaixo do campo, que resfriará o gramado em função das possíveis altas temperaturas do Brasil. Na Europa, os sistemas apenas aquecem os gramados devido ao frio.
Semeado no dia 25 de junho, o gramado da Arena Corinthians apresenta praticamente a mesma composição do utilizado no Emirates Stadium, estádio do Arsenal, localizado em Londres, na Inglaterra. Por conta da cobertura da Arena, o gramado que deveria receber no mínimo oito horas de sol, contará com apenas duas, mas um sistema de iluminação artificial funcionará durante a noite inteira.
Torcedor fanático do Corinthians, Rogério realiza um sonho particular na Arena. ‘Isso aqui não tem preço. Fazer isso por 16 anos, ainda mais na Arena, é a realização do sonho que não alcancei como jogador’, disse.
Como torcedor, ele ainda relembra com carinho especialmente a final do Paulistão de 1974 contra o Palmeiras, quando o Timão ainda tentava sair da fila e acabou perdendo a decisão. ‘Fui àquele jogo com o meu pai palmeirense e um tio corinthiano. Naquela época, não havia a separação de arquibancadas. Optei por seguir o meu tio e fui feliz na escolha, mesmo sofrendo’, encerrou.
Fonte: Site Oficial do Corinthians