Gobbi anunciou na semana passada que Tite não ficará em 2014 | Reprodução |
Se as vitórias dentro de campo deram tranquilidade para o presidente do Corinthians, o planejamento do clube para 2014 não está sendo nada fácil para Mario Gobbi. Com o fim da ‘Era Tite’ decretada na manhã da última sexta-feira, a atual gestão se esforça para impedir um desmonte no departamento de Futebol.
De acordo com a apuração do ESPN.com.br, o drama envolve, principalmente, dois aspectos: a influência de Andrés Sanchez no Corinthians e as eleições do Parque São Jorge, que acontecem em 2015.
Com a já prevista saída do diretor Roberto de Andrade, provável sucessor de Gobbi que já se prepara para iniciar campanha, o presidente tem mais desafios: convencer o outro diretor, Duílio Monteiro, de continuar a sua vida no Futebol. Com algumas questões de saúde e desgastado com a rotina de viagens, o cartola tem dito que não quer permanecer.
Com Duílio, há duas situações para o chefe do Corinthians resolver: a imagem de ‘terra arrasada’ que a saída pode deixar e a ausência de um representante de Sanchez no setor. Entenda.
Problema número um: segundo pessoas próximas à atual administração, Gobbi não admite começar a próxima temporada sem nenhum dos seus dois diretores. Para ele, deixaria a impressão de um ano fracassado, que terminou com o departamento vazio. Além disso, há ainda um receio de como será a possível chegada de Mano Menezes, já que, no passado, havia uma relação ruim com o atual gerente de Futebol, Edu Gaspar. Com a chance do desmonte, a cúpula do alvinegro vai tentar manter o ex-jogador no cargo.
Problema número dois: Andrade e Duílio são os diretores do Corinthians mais ligados a Sanchez, de quem o ex-presidente tem a confiança e por quem ele é muitas vezes consultado para tomadas de decisões. Sem um representante do ex-dirigente, o ESPN.com.br apurou que Mario Gobbi teme ter mais dificuldades para comandar o clube.
Apesar de parecer contraditório, o motivo é simples: a atual gestão do Parque São Jorge avalia que Andrés ainda tem poder sobre cerca de 70% dos conselheiros corintianos. Para a diretoria, a existência de uma ‘voz’ do ex-presidente no Futebol torna o clima mais tranquilo. Se isso acabar, o temor é de que o Conselho faça da vida de Gobbi um inferno.
Ainda sem uma definição do que vai acontecer, o maior esforço está concentrado em manter toda essa situação sob controle, impedindo que as relações desgastadas fiquem escancaradas para a imprensa e para os torcedores. A preocupação com vazamento de informações tem feito, constantemente, parte das falas do atual presidente e de seu antecessor.
Desta forma, para fora dos espaços do Parque São Jorge, Sanchez e Gobbi fazem questão de deixar a impressão de respeito entre eles, sempre, em qualquer entrevista para a imprensa. ‘Quem manda no Corinthians é o Mario Gobbi’, diz um. ‘Quem manda na arena é o Andrés’, diz o outro.
Vale lembrar que Andrés Sanchez nega veementemente qualquer influência nas decisões no clube. Quando perguntado, insiste em dizer que ‘não tem mais nada a ver com o Corinthians’. Gobbi, do outro lado, também faz o mesmo, rechaçando qualquer ideia de conflito entre os dois.
Fonte: ESPN