Rio de Janeiro, RJ, 02 (AFI) – O que era para ser um evento amistoso e de discussões em prol do futebol, terminou em baixaria, na manhã desta segunda-feira. Durante evento do Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol), em São Paulo, o zagueiro Paulo André, representando o Bom Senso F.C e o ex-presidente do Vasco, Eurico Miranda, representando a Federação de Futebol do Rio de Janeiro, trocaram farpas. O motivo: as regalias exigidas pelo Bom Senso F.C.
Na visão de Eurico Miranda, o Bom Senso F.C. é formado por uma classe elitista, que quer regalias. A discussão esquentou quando o ex-mandatário vascaíno citou o ‘ar-condicionado’ como uma das exigências dos atletas.
‘O que o Bom Senso F.C. quer não é regalias, mas o mínimo de estrutura no esporte’, rebateu Paulo André.
A discussão ganhou mais força quando Eurico Miranda começou a falar dos salários dos atletas. Segundo Eurico, o alto salário exigido pelos jogadores de futebol foi o que levou o esporte a chegar na atual situação. Segundo ele, é um absurdo jogadores que ganham salários quase milionários quererem exigir dos clubes regalias.
‘É um escândalo o que ganham os jogadores que ficam reclamando. Quem quebrou o futebol foram os jogadores de elite’, afirmou o dirigente.
Após a afirmação, Paulo André decidiu não atacar diretamente Eurico e falar das condições do Vasco na época em que o dirigente era presidente do clube. Segundo o atleta, Eurico Miranda reclama dos salários, mas nunca deu condições de trabalho aos jogadores vascaínos.
‘Quem inflaciona o mercado são os gestores. O Bom Senso aceita que os jogadores ganhem menos. O problema é esse coronelismo, essas ideias ultrapassadas. Quando eu joguei no Vasco, em 2002, meu quarto tinha ratos e baratas’, enfrentou o zagueiro do Corinthians.
Ao se defender, Eurico Miranda preferiu citar grandes craques revelados pelo Vasco em sua gestão e continuou fazendo críticas ao movimento.
‘Fica reclamando, mas teve uma grande oportunidade que foi jogar no Vasco. 2002 é minha época e não tinha disso, não. Você deve ver rato na praia e na sua casa. Não pode desreitar uma instituição centenária, que formou jogadores como Romário e Edmundo, e não é Paulo André, não!’, encerrou o dirigente.
O Bom Senso F.C. ganhou muita força entre jogadores da Série A e B do Campeonato Brasileiro, porém, respondem por uma parte infinitamente inferior ao dos jogadores de futebol. No Brasil, quem não atua nas duas principais divisões não recebe um salário alto e precisa muitas vezes de outro emprego para sobreviver.
Em alguns estados, há clubes que jogam de janeiro a abril e o resto do ano não têm competições oficiais para jogarem. Resultado: jogadores desempregados durante oito meses do ano.
Fonte: Futebol Interior