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Em protesto, torcida coloca fita adesiva na boca para não apoiar o time (Foto: Cassio Barco) |
Era para ser apenas mais um jogo comum de meio de tabela do Campeonato Paulista. Mas, graças aos acontecimentos recentes de violência protagonizados pelas torcidas organizadas do Corinthians, não foi. O jogo era contra o Bragantino, que venceu por 2 a 0 e decretou ao time alvinegro sua quarta derrota seguida no torneio, em partida marcada por protesto com esparadrapo e até agressões nas arquibancadas, que avisaram aos atletas: ‘greve é o c…’.
O clima de tensão que tomou conta do duelo nesta quarta-feira lembrava até dia de clássico, principalmente depois que cerca de 100 corintianos invadiram o CT Joaquim Grava e agrediram funcionários. As cenas de violência motivaram os atletas do clube até a esboçarem entrar em greve, fato que foi ironizado com gritos pela torcida ao fim do jogo: ‘greve é o c…, entra em campo e justifica o seu salário!’.
Com apenas pouco mais de 10 mil presentes – público considerado baixo para um jogo do Corinthians no Pacaembu nos últimos tempos -, o clube alvinegro viu as arquibancadas viverem momentos distintos ao longo dos 90 minutos de partida. Primeiro, o setor amarelo, reservado às principais organizadas do clube, entrou em protesto antes do início do duelo.
A manifestação, que consistia em todos os membros das torcidas permanecerem sentados e em silêncio – alguns deles, inclusive, com esparadrapos na boca -, chamou a atenção de todos aqueles que estão acostumados a frequentar o Pacaembu. Nem os tradicionais bandeirões foram abertos.
Mas, logo nos primeiros minutos, o protesto acabou em princípio de confusão. Torcedores organizados repudiaram com insultos e agressões os fãs ‘comuns’ que estavam no setor amarelo e queriam apoiar a equipe. O fato gerou correria e, prontamente, ação da Polícia Militar, que se instalou no local para retomar a ordem.
Contudo, vinte minutos depois nova confusão. A PM entrou em conflito com parte dos torcedores, trocando borrachadas e pontapés. A situação foi normalizada em menos de um minuto, o que motivou os policiais a formarem um cordão entre as organizadas por alguns instantes.
Curiosamente, quando o cronômetro apontava quase 40 minutos da primeira etapa, os corintianos finalizaram o protesto e começaram a gritar efusivamente a favor do time, pulando e cantando como de costume. Só que não deram sorte: segundos depois, o Bragantino fez o segundo gol, com Tássio.
No segundo tempo, os torcedores até continuaram apoiando a equipe, mas em menor volume. O clima de tensão provocado pelas agressões contra corintianos comuns no início permaneceu nas arquibancadas. Alguns fãs alvinegros, inclusive, começaram a ir embora do estádio bem antes do apito final. Com a quarta derrota seguida no ano, a crise parece só aumentar no Parque São Jorge.
Fonte: Terra