Torcida usa esparadrapo, briga com PM e avisa Corinthians: “greve é o c…”

Danilo Vieira Andrade

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Em protesto, torcida coloca fita adesiva na boca para não apoiar o time (Foto: Cassio Barco)

Era para ser apenas mais um jogo comum de meio de tabela do Campeonato Paulista. Mas, graças aos acontecimentos recentes de violência protagonizados pelas torcidas organizadas do Corinthians, não foi. O jogo era contra o Bragantino, que venceu por 2 a 0 e decretou ao time alvinegro sua quarta derrota seguida no torneio, em partida marcada por protesto com esparadrapo e até agressões nas arquibancadas, que avisaram aos atletas: ‘greve é o c…’.

O clima de tensão que tomou conta do duelo nesta quarta-feira lembrava até dia de clássico, principalmente depois que cerca de 100 corintianos invadiram o CT Joaquim Grava e agrediram funcionários. As cenas de violência motivaram os atletas do clube até a esboçarem entrar em greve, fato que foi ironizado com gritos pela torcida ao fim do jogo: ‘greve é o c…, entra em campo e justifica o seu salário!’.

Com apenas pouco mais de 10 mil presentes – público considerado baixo para um jogo do Corinthians no Pacaembu nos últimos tempos -, o clube alvinegro viu as arquibancadas viverem momentos distintos ao longo dos 90 minutos de partida. Primeiro, o setor amarelo, reservado às principais organizadas do clube, entrou em protesto antes do início do duelo.

A manifestação, que consistia em todos os membros das torcidas permanecerem sentados e em silêncio – alguns deles, inclusive, com esparadrapos na boca -, chamou a atenção de todos aqueles que estão acostumados a frequentar o Pacaembu. Nem os tradicionais bandeirões foram abertos.

Mas, logo nos primeiros minutos, o protesto acabou em princípio de confusão. Torcedores organizados repudiaram com insultos e agressões os fãs ‘comuns’ que estavam no setor amarelo e queriam apoiar a equipe. O fato gerou correria e, prontamente, ação da Polícia Militar, que se instalou no local para retomar a ordem.

Contudo, vinte minutos depois nova confusão. A PM entrou em conflito com parte dos torcedores, trocando borrachadas e pontapés. A situação foi normalizada em menos de um minuto, o que motivou os policiais a formarem um cordão entre as organizadas por alguns instantes.

Curiosamente, quando o cronômetro apontava quase 40 minutos da primeira etapa, os corintianos finalizaram o protesto e começaram a gritar efusivamente a favor do time, pulando e cantando como de costume. Só que não deram sorte: segundos depois, o Bragantino fez o segundo gol, com Tássio.

No segundo tempo, os torcedores até continuaram apoiando a equipe, mas em menor volume. O clima de tensão provocado pelas agressões contra corintianos comuns no início permaneceu nas arquibancadas. Alguns fãs alvinegros, inclusive, começaram a ir embora do estádio bem antes do apito final. Com a quarta derrota seguida no ano, a crise parece só aumentar no Parque São Jorge.

Fonte: Terra