Malcom foi promovido ao profissional do Timão (Foto: Eduardo Viana/LANCE!Press) |
Ele tem apenas 17 anos e 1,61m de altura, mas já pinta com uma personalidade digna dos grandes entrevistados do futebol. Um misto de sinceridade, imaturidade e perspicácia marcou a entrevista do atacante Malcom, escolhido pela assessoria do Corinthians para “encarar” os jornalistas na manhã desta segunda-feira, no CT Joaquim Grava.
O garoto, destaque do Timãozinho na Copa São Paulo de Futebol Júnior nesta temporada, teve suas primeiras oportunidades no profissional nos últimos dois jogos da equipe, diante do Bahia de Feira, pela Copa do Brasil, e Atlético Sorocaba, pelo Paulistão. Ainda que seja tudo recente, sua vida se transformou. O assédio na escola, por exemplo, aumentou.
– Tem umas meninas que nunca falavam comigo e agora já vêm falar. Tem que ficar ligeiro… (risos) – conta, ressaltando que namora há mais de dois anos, está escaldado contra as maria-chuteiras e sempre foi fiel.
Em momentos, a sinceridade quase o complicou. Ao falar sobre os ídolos Neymar e Sheik, ele foi explicar porque Sheik…
– Mas não fora, né? Dentro de campo! – disse, provocando risadas dos presentes e tentando consertar depois:
– É porque não sei o que ele faz fora de campo. Quando está de folga, ele sai… Mas não sei o que faz. Eu me espelho dentro de campo, jogador rápido, de raça, parte pra cima…
Ainda com 17 anos, ele teve que praticamente largar o colégio por causa do futebol, desde os tempos de base. Agora, no profissional, os professores dão “colher de chá”. Até que o jogador…
– Minha mãe faz os trabalhos de vez em quando… Em outras, quando preciso escrever, ela pergunta, eu respondo. Eu tenho ido umas duas vezes por semana, é difícil, às vezes treinamentos em dois períodos – revelou.
Confira trechos da entrevista com o garoto Malcom:
DIFERENÇA ENTRE BASE E PROFISSIONAL
“Aqui um quer ajudar o outro, para o time ganhar. Na base, é um querendo derrubar o outro, cada um na sua posição querendo ganhar. Os companheiros não passam muita confiança. Aqui ele te trazem para o grupo”
HOBBY
Gosto mais de jogar videogame com os amigos. Jogava mais futebolzinho no videogame na casa do meu amigo, lá em casa, mas agora proibi. Vai que acontece alguma coisa? Melhor prevenir. Eu me proibi (risos)”
ESCOLA
“Procuro ir umas duas vezes por semana, porque tem dois períodos aqui às vezes. Os professores também passam trabalho por e-mail. Peço para minha mãe fazer às vezes porque não dá tempo (risos). Aí, quando tem que escrever, ela faz a pergunta e eu vou respondendo (risos). Mas mudou para caramba agora que estou no profissional. Os professores agora estão ajudando mais, antes não tinha ‘boi'”
TIETAGEM A JOGADORES
Pedi uma camisa para o Guerrero, porque uma irmã de um moleque da base é fã dele. Conversei com ele e pedi uma camisa, e ele perguntou: ‘Não é sua peguete não, né?’ (risos). Falei que era só irmã de um amigo meu, aí ele falou que vai dar a camisa”
Fonte: Lancenet