Rafael Sóbis, ao que tudo indica, não deve sair de graça para o Corinthians. Com problemas financeiros, Fluminense e Unimed fazem jogo duro na negociação com o clube paulista, que já cogita desembolsar alguma quantia para fazer vingar sua única aposta para o ataque até o momento.
A compreensão de que terá de gastar suas economias tornou-se mais forte nos últimos dias, dada a falta de avanço na negociação. O Fluminense e a Unimed querem que o Corinthians compre cerca de 20% dos direitos econômicos de Sóbis, e a tendência é que agora as partes comecem a falar em valores e formas de pagamento.
O atacante tem contrato até o meio do ano que vem. No plano inicial do Corinthians, ele seria trocado sem custos com Rodriguinho, que está praticamente fechado com o Fluminense e passaria um ano emprestado (ele tem contrato no Parque São Jorge até o fim de 2016).
Sóbis é mais velho (28 anos contra 26 de Rodriguinho), tem menor poder de revenda e um contrato menor. Mesmo assim, as partes concordam que o atacante do Fluminense, pelo currículo, tem um status superior ao do atleta corintiano.
O Fluminense e a Unimed querem dinheiro imediato porque precisam quitar duas parcelas de 570 mil euros (R$ 1,7 milhão) com o Al-Jazira, referentes à compra de Sóbis em 2011. O Corinthians argumentava que abdicar dos salários do jogador (cerca de R$ 350 mil) por um ano daria aos cariocas a economia necessária para pagar a dívida, mas o discurso não está colando.
‘Temos uma parte dos direitos econômicos do Sóbis e, para nós, ele só sairá se for algo bom financeiramente para a Unimed e para o clube’, disse Celso Barros, presidente da Unimed, no início da semana ao UOL Esporte.
Além disso, pesa contra o Corinthians a mudança de treinador nas Laranjeiras. Renato Gaúcho tinha um problema pessoal com Sóbis e deixou o atacante à disposição para ser negociação. Cristóvão Borges, seu sucessor, faz o contrário.
‘Já falei com a diretoria e o jogador. Quero que mantenham não só o Sóbis. Estou querendo que mantenham os outros jogadores também. Para acontecer algum negócio, só se for para fortalecer a equipe, senão não interessa. Temos outros jogadores na mira de outros clubes, mas não me interessa agora. Pedi que não se negocie jogador nenhum’, disse o treinador, nesta quarta.
O problema é que o Corinthians não tem, ao menos por enquanto, um plano B para o ataque, setor mais carente do elenco de Mano Menezes. Kleber, do Grêmio, poderia ser envolvido em um negócio semelhante com Rodriguinho, mas não agrada à direção.
Por outro lado, o Corinthians tem pouco dinheiro em caixa. Petros e Ferrugem tiraram algumas economias dos cofres alvinegros, que sofrerão mais um baque em outubro, quando o clube terá de pagar a primeira parcela de R$ 3 milhões referente à compra de Elias. Por isso, o esforço para ter Sóbis seria limitado.
*Colaborou Rodrigo Paradella, do Rio de Janeiro
Fonte: UOL