O Corinthians tem um jogo-chave no próximo domingo. Pela rivalidade, pelo momento, pelos personagens ou pelo contexto, a partida na Vila Belmiro pode ser decisiva para a equipe comandada por Mano Menezes. Entenda por que na lista abaixo.
Tabu com Robinho
Robinho tem oito vitórias, um empate e nenhuma derrota diante do Corinthians. Foi decisivo em clássicos históricos contra o time do Parque São Jorge e está na memória afetiva dos torcedores dos dois times.
Foi Robinho quem, aos 18 anos de idade, pedalou em Rogério e liderou o Santos na conquista do Brasileiro de 2002. Em 2005, foi ele quem humilhou Carlitos Tévez na Vila com um 3 a 0 incontestável, que marcou o início da era MSI com uma das maiores atuações da carreira do atacante.
Por mais que Mano Menezes diga que o atacante não pesa tanto no clássico, bater Robinho pela primeira vez, justamente em sua reestreia, é uma motivação e tanto. Se não é para os jogadores, certamente terá peso para a torcida.
5 a 1
No primeiro semestre, o Corinthians foi surpreendido em seu primeiro clássico no ano. A goleada na Vila Belmiro foi, como definiu Mano Menezes, um divisor de águas no time.
Três dias depois do 5 a 1 duas centenas de torcedores invadiram o CT Joaquim Grava e criaram uma crise impensável para um clube que havia sido campeão do mundo pouco mais de um ano antes. Os traumas fizeram o Corinthians se mexer.
A partir dali, o clube antecipou uma renovação no elenco que limpou quase todos os heróis da conquista de 2012. Do elenco atual, só Cássio, Fábio Santos, Ralf, Danilo e Guerrero estiveram no elenco que venceu o Chelsea.
Mano entende que o time já mostrou que aquela derrota foi uma exceção e ficou para trás. Para a torcida, porém, pode ser importante e simbólico bater a mesma equipe que iniciou esse processo lá atrás.
Fase técnica
Felipe Oliveira/VIPCOMM |
O Corinthians pós-Copa vinha em ascensão e convenceu quando bateu o Palmeiras por 2 a 0 no primeiro clássico do Itaquerão. Àquela altura, o time era vice-líder do Brasileiro e prometia ser um perseguidor ferrenho do Cruzeiro.
Só que depois disso o Corinthians de Mano empatou contra o Coritiba e perdeu do Bahia, jogando mal nas duas partidas. O treinador explica, com razão, que tropeçar faz parte do plano de um time que ainda está em formação e, por isso, oscila bastante.
Se quiser convencer a torcida, Mano sabe que precisa vencer. Um novo triunfo em clássico mudaria esse cenário e manteria a esperança de que o Corinthians é capaz de entrar nos eixos no segundo semestre.
Brasileiro
Uma das consequências de eventualmente “entrar nos eixos” é brigar por títulos. O do Brasileiro, no caso, tem neste fim de semana uma rodada decisiva.
O Corinthians hoje é o quarto colocado e está a cinco pontos do Cruzeiro, que enfrenta o Criciúma fora de casa no sábado. Se tropeçar, o time do Parque São Jorge deve ganhar a companhia de vários de seus perseguidores, inclusive do próprio Santos.
Além disso, pode ficar a uma distância insegura do primeiro colocado, que ainda não dá sinais de desgaste. Se ainda quiser sonhar com a conquista, é fundamental para o Corinthians voltar da Vila Belmiro com uma vitória.
Resposta aos críticos
Mano Menezes se incomodou com as críticas que sofreu nos dois tropeços seguidos de seu time. Na última sexta, pediu autocrítica e análises mais profundas da imprensa. Segundo ele, os jornalistas repetem clichês e com isso prejudicam o debate no futebol brasileiro.
O treinador tem razão em boa parte dos seus questionamentos, mas sabe que só terá vida mansa se vencer. Com uma atuação convincente e os três pontos, será mais fácil para Mano cobrar uma postura diferente dos repórteres e comentaristas.
Crise política
O Corinthians teve uma semana conturbada fora de campo. Em dois dias, Andrés Sanchez anunciou que sairia do comando do Itaquerão, foi acusado de sonegação e voltou atrás na questão do estádio. Não é pouco.
Os episódios movimentaram os bastidores do Corinthians e agitaram os críticos da situação. A gestão acertada e planejada é colocada em xeque quando o Corinthians comete um crime na administração de suas contas e não se decide sobre o próprio estádio.
Só que, como tudo no futebol, a crise política pode ser apagada pelos bons resultados, do mesmo jeito que um tropeço pode pôr gasolina na fogueira. Vencer na Vila, portanto, também é importante para os dirigentes.
Fonte: UOL