Os gols de Ricardo Goulart, as defesas de Rogério Ceni, os passes de Conca, os dribles de D’Alessandro – nada disso estará presente no Fifa 15, a mais recente edição do game que fideliza fãs mundo afora. Acontece que a EA (Electronic Arts), empresa responsável pelo jogo, não encontrou segurança jurídica para usar os direitos de imagem dos jogadores que atuam no Brasil em seu banco de dados. O resultado é decepção geral: para os criadores do jogo, para o público, para os clubes e para os próprios atletas.
A situação não é simples. A EA negocia diretamente com os clubes, e aí não encontra problemas: está de acordo com todos os da Série A e poderia usar suas marcas tranquilamente. Os clubes, por sua vez, fazem acordos de direitos de imagem com seus atletas para usos múltiplos, mas esse é um universo muito heterogêneo. A empresa percebeu um ambiente nebuloso, no qual ter um acordo com as equipes não é sinônimo de ter um acordo com os atletas. E não encontrou um órgão que os representasse conjuntamente nesse tipo de negociação.
Sob pena de sofrer processos por uso indevido de imagem dos jogadores, a EA resolveu não correr o risco. Ao firmar acordo com os clubes, a empresa se sente segura para usar seus nomes, suas cores, suas camisas, seus escudos. Mas os jogadores, com seus nomes próprios, com a representação de suas feições e características físicas, fogem desse universo. É esse o acordo que falta.
EA prefere não colocar jogadores com nomes fictícios, mesmo tendo acordo com os clubes (Foto: Divulgação) |
– É muito difícil avaliar o tamanho do impacto. Mas é a exposição da marca do clube em âmbito global. Ficar fora desse tipo de mídia tem seu impacto, ainda mais em um público mais jovem, que consome futebol, que vai crescer, que está em formação – comentou Izael Sinem, diretor de marketing do Corinthians.
Fonte: Globo Esporte