A ideia de que o Corinthians atinge todas as classes sociais, e não apenas a base da pirâmide, é um dos pilares do departamento de marketing do clube, que em pouco mais de seis meses de trabalho duplicou a base de sócio-torcedores que encontrou ao assumir. Em entrevista ao UOL Esporte, Izael Sinem, responsável pela área, fala sobre a escassez de patrocinadores no mercado e explica por que discorda da maneira como se pensam os estádios no Brasil.
“Aqui se criou uma cultura de que a arena tem de ser barata e a TV é cara. No mundo inteiro você dá acesso à massificação do esporte pela TV ou a mídia em geral. Quem vai na arena são aqueles que podem pagar, porque vão ver o show ao vivo. Pagar ingresso para qualquer esporte no mundo é caro”, diz o dirigente, que assumiu o cargo no Corinthians no início desse ano.
A visão de Sinem se aplica à política que o clube vem adotando no Itaquerão. Hoje, só 11 mil dos mais de 45 mil lugares do estádio são vendidos a preços populares, e 7 mil deles são exclusivos das organizadas. Há, na torcida, quem pressione por um barateamento do tíquete com base no histórico de que o Corinthians é o “time do povo”. O velho slogan, na visão do dirigente, não pode ser mal interpretado.
“O Corinthians é o time do povo, do povo brasileiro. O Corinthians não é o time do povão, da classe C e D, só”, diz Izael, que explica melhor o raciocínio. “O Corinthians é o maior retrato da pirâmide brasileira. Se perguntar hoje qual é o clube que tem mais torcedores da classe A, é o Corinthians. Qual é o maior clube da classe média do Brasil? É o Corinthians. Maior nas classes D e E, na base da pirâmide? É o Corinthians. Por quê? Porque ele representa o extrato da população brasileira”, completa.
Fonte: UOL