Recuperar a confiança de Cássio era uma das prioridades do Corinthians na partida do último domingo, com o Cruzeiro. Foi o preparador de goleiros Mauri Lima quem solicitou a Tite que o camisa 12 fosse escalado em partida que teria apenas jogadores reservas. Tudo, claro, por causa da Copa Libertadores.
Na última quarta-feira, Cássio sofreu o chamado frango clássico na derrota do Corinthians para o Guaraní-PAR por 2 a 0. Na saída do gramado, assumiu o erro e falou em displicência por não dar a devida atenção ao chute de Santander. A partir dali, a preocupação de Mauri era deixar o goleiro novamente pronto para a partida seguinte. Na quarta, em Itaquera, a equipe corintiana tenta reverter a desvantagem para avançar.
“Quando o Cássio erra, ele e eu sabemos que erramos e porque erramos. Não conversamos no dia da partida. Voltamos ao Brasil logo após a partida e no dia de jogo não conversamos. Mas ele estava chateado, a gente também. Na quinta conversamos sobre o jogo, sobre o lance e ele já estava mais tranquilo e pronto para poder trabalhar. Ele já estava sabedor do que aconteceu e de que não poderia acontecer novamente”, explica o preparador de goleiros corintiano.
No dia seguinte à partida no Paraguai, quem trabalha com Cássio percebeu seu abatimento pelo erro. Não é difícil imaginar que o goleiro tenha passado toda a noite em claro, o que admitiu ter feito após a eliminação diante do Palmeiras pelo Campeonato Paulista. Naquele clássico, o sono do goleiro acabou porque não conseguiu defender nenhum dos sete pênaltis batidos. Na avaliação de Mauri Lima, é melhor que Cássio desabafe, como fez depois de falhar contra o Guaraní.
“Às vezes é melhor ele falar do que se esconder. Ele se sente bem em relação a isso. Não tiro a vontade dele de colocar as coisas. Não tem como entender o que aconteceu, mas é bom para ele colocar o que está sentido. E aí ele fica mais tranquilo”, explica o técnico de Cássio, cujo início de ano foi de apenas três gols sofridos nas 13 primeiras partidas oficiais disputadas. Mas que, como todo o time, tem sofrido. Nos três jogos mais recentes, o goleiro concedeu seis gols.
Outro desses gols, para muita gente, também foi falha. Contra o São Paulo, Michel Bastos arriscou de fora da área, Cássio pulou, mas a bola passou por cima de seu braço. Naquela ocasião, o goleiro foi criticado por torcedores e jornalistas por afirmar que não teve culpa e que o gol foi consequência de mudança da trajetória da bola por desnível no gramado. Mauri mostra confiança na autocrítica de seu pupilo.
“Quem está ali sabe e ele sempre assumiu as coisas. Eu vi atrás do gol uma bola com dificuldade porque quicou antes. O Cássio foi da maneira correta, com as duas mãos estendidas. Foi uma infelicidade. Eu vi várias vezes esse lance”, explica, confiante de que o goleiro campeão mundial de 2012 vai reaparecer na próxima quarta-feira.
Se Cássio não sofrer gols, como fez no domingo diante do Cruzeiro, o caminho corintiano na Libertadores ficará menos difícil.
Fonte: UOL