POR: Hélio Nozaki
Há algumas semanas, circulou nas redes sociais um bate-boca entre o jogador Felipe Melo e o ex-jogador e hoje apresentador Neto.
Não vou entrar no mérito de quem teve, ou tem razão. A questão vai muito além da discussão.
Falo de exemplo.
Para os mais jovens nascidos a partir dos anos 90, Neto é apenas um ex-jogador polêmico que virou apresentador de TV. No máximo, sabem que batia faltas.
Pessoalmente, Neto sempre foi meu ídolo.
Contarei minha história.
Comecei a ter verdadeira consciência do que era futebol em 1986, com a Copa do Mundo do México e uma Seleção Brasileira que ostentava Sócrates, Zico, Careca, Muller, Junior…
Como Corinthiano, nesta época, adorava Edmar e Everton. No ano seguinte veio o título Paulista diante do Guarani com o gol de Viola e definitivamente, o futebol corria nas veias.
Neto veio em 89 numa troca com o Palmeiras e, em 1990, foi decisivo para a conquista do primeiro título nacional do Corinthians.
Nesta época, a Seleção Brasileira ainda era uma referência, as ruas eram pintadas de verde e amarelo pelos moradores e o país parava para assistir a Copa do Mundo.
Não havia mundo globalizado como conhecemos hoje. Nossos craques, em sua maioria, ainda jogavam no país.
As crianças gostavam mesmo era do futebol jogado aqui.
Ver a Seleção Brasileira jogar era o máximo.
Ver o Corinthians em campo, era o máximo.
Para um jovem Corinthiano de 14 anos, que já começava a consumir muito futebol, Neto era o exemplo.
Era a camisa 10 dele que vestíamos. Era o nome dele que entoávamos quando fazíamos um gol no campinho da praça.
Os anos passam, os ídolos mudam, mas de alguma forma, há jogadores que marcam mais que os outros.
Eu não sei explicar.
Sei que não estou sozinho nessa afinal, não por acaso, ele é o Xodó da Fiel.
Aquele que era a representação do torcedor dentro de campo.
Digo isso, para falar da importância dos ídolos no futebol para os mais jovens e o quanto eles representam como exemplos nas vidas das pessoas.
Nada que o Neto fizer daqui pra frente vai apagar minha admiração que tenho por ele e por tudo que representou para o futebol e ao Corinthians, mas antes de qualquer embate por motivos fúteis, acho que qualquer jogador deveria pensar neste aspecto.
Ídolos são verdadeiramente ídolos por darem bons exemplos.
O vídeo abaixo mostra em imagens o que tentei escrever: