Garoto de 16 anos causa confusão gigante dentro do Corinthians

Danilo Vieira Andrade

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O garoto Alyson Motta, de 16 anos, não é um personagem conhecido pela torcida corinthiana, mas a assinatura do contrato profissional com o clube tem causado dores de cabeça aos dirigentes alvinegros. A coisa está tão feia, que o grupo político do Corinthians está dividindo opiniões sobre o assunto. Um empresário norte-americano alega ter feito o pagamento de 60 mil dólares (R$ 205.8 mil na cotação atual), por 20% dos direitos econômicos do atleta, parte que nunca recebeu. Além disso, o empresário também diz que deu 50 mil dólares por uma carta de procuração do Corinthians nos Estados Unidos, e que esta não possui validade. Enfim, o empresário diz que foi passado para trás.

Helmut Niki Apaza é o nome do agente que fez a negociação de Alyson com Fabio Barrozo, ex-gerente das categorias de base do Timão, que saiu do clube no mês passado, e o conselheiro Manoel Ramos Evangelista, apelidado de Mané da Carne, conselheiro vitalício e ex-assessor da presidência durante a gestão de Andrés Sanchez.

Niki entrou em contato com o Corinthians informando que foi vítima de um golpe armado pela dupla, que teria pegado o seu dinheiro. Toda essa situação, prejudica o garoto Alyson, que não tem contrato profissional com o clube até hoje.

Em troca de mensagens entre Barrozo e Helmut Niki, foi confirmado que o pagamento da compra do garoto seria feito em três parcelas de 20 mil dólares. O ex-gerente diz que não recebeu tal quantia, porém, admite que houve tratativas.

“Os 60 mil dólares ele (Helmut Niki) pagou ao Julio, empresário do Alyson, não a mim ou mais ninguém. Eu só entrei nessa história perguntando ao Niki como ele pagaria, se seria deposito em conta… Porque ele tem que declarar”, disse Barrozo.

Barrozo informa que a sua ajuda foi solicitada na negociação, pois houve uma mudança na regra da Fifa em 2015, que proíbe a participação de investidores em direitos econômicos de atletas. Sendo assim, o norte-americano, não pode ter os direitos econômicos de Alyson. Mesmo com a legislação antiga, os direitos só podem ser divididos quando o atleta completar 16 anos, idade que ele alcançou em março deste ano.

“Esse menino chegou ao clube em 2014. Nessa época os direitos econômicos poderiam ser divididos com investidores. Foi então feito um acordo comercial entre cavalheiros para que quando ele completasse 16 anos seria descrito no contrato profissional dele: 60% dos direitos ao Corinthians, 20% da família e 20% de um empresário dele chamado Julio. Mas a regra mudou. O Julio, então, procurou o senhor Mané falando que tinha uma proposta e eu expliquei a ele que a regra mudou”, contou Barrozo.

“O senhor Mané pediu para ajudar esse amigo dele, que é o Julio, e eu comentei a eles que o que poderia ser feito era deixar uma comissão sobre venda futura do atleta. Hoje o direito econômico mudou, é percentual sobre futura venda. Foi isso que foi feito, para respeitar o acordo de cavalheiros. Nesse meio tempo, a família do atleta abriu mão de 20% dos direitos em troca de um salário melhor. Então o Corinthians ficou com 80%, e o Julio com o restante. Foi então que ele vendeu para o Niki esses 20%’, completou.

Em uma procuração datada de fevereiro deste ano e assinada pelo diretor-adjunto de futebol Eduardo Ferreira, que ele nega ter cobrado, não existem especificações sobre às categorias de base ou ao futebol profissional do clube. O documento é válido apenas para firmar parcerias com equipes estadunidenses.

Carta do Corinthians sobre a divisão dos direitos de Alyson (Foto: Reprodução)

“Esta carta é comum no futebol para dar o direito a pessoa falar em nome do clube para aquele determinado assunto. Infelizmente as pessoas querem misturar as coisas colocando a maldade na frente. O que eu fiz foi defender os interesses do Corinthians, quando me foi solicitada a carta eu comuniquei a direção que me liberou para que eu a fizesse, como faço sempre”, contou Eduardo Ferreira.

Quando este assunto chegou à alta cúpula do Corinthians, as opiniões começaram a se dividir. Barrozo e Mané da Carne, são próximos de Andrés Sanchez, que ficou do lado dos dois. Porém, do outro lado alguns membros da direção e até mesmo o vice-presidente Jorge Kalil, querem que atitudes sejam tomadas. Já o presidente Roberto de Andrade, está trabalhando para alcançar uma solução para o caso sem deteriorar a imagem do clube, de seu grupo político e companheiros.

Barrozo diz que sua saída do Corinthians não tem relação com o caso. Como argumento, ele utiliza a carta de referência que recebeu do departamento de recursos humanos do clube.

Mané da Carne é um dos conselheiros mais importantes do Corinthians. Ele tem boas relações com todos os outros dirigentes do clube, e sempre está presente nas viagens do alvinegro. Ele foi procurado para dar explicações, porém, não foi encontrado, assim como Niki. As informações são do LANCE!