Cristóvão fala sobre primeiro mês no Corinthians: “Intensidade absurda”

Danilo Vieira Andrade

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Nesta quarta-feira, o técnico Cristóvão Borges completa um mês dentro do Corinthians. Após quatro vitórias, um empate e uma derrota em seis partidas pelo Campeonato Brasileiro, o comandante corinthiano comentou que o segredo é se sentir em casa.

– É uma intensidade absurda. Completo agora um mês, e a sensação que tenho é de que estou há mais de seis meses aqui. Tem a ver com a sensação de me sentir bem, em casa, e também a maneira como fui recebido. A intensidade que se vive aqui é muito grande, muito forte, e isso sentimos a todo momento – comemorou Cristóvão.

O técnico também falou que as duas vezes que esteve no Corinthians, a primeira há 30 anos atrás jogando como volante, e agora como técnico, foram grandes aprendizados na sua vida. Ele afirma, que sua personalidade calma o ajuda a comandar.

– O futebol tem aquelas pessoas que gostam de fazer coisas engraçadas… Não me acho engraçado, não sirvo para isso. Não sou de muita brincadeira, gosto de falar as coisas mais objetivas. Eu já era assim (na época), e isso me ajuda muito como treinador. É importante no nosso meio, tem de ser direto para ter uma relação boa com os jogadores.

Cristóvão falou sobre as duas entrevistas que deu para a Revista Placar, quando estava brilhando no alvinegro em 1986 e quando foi transferido para o Grêmio em 1987.

Na entrevista, ele diz que “Nenhum jogador sai do Corinthians igual ao que era” – e o comandante continua com sua opinião passada, elogiando a torcida alvinegra e dizendo que nada mudou.

– Nessa época, sempre teve a coisa da ligação com a torcida, de ela ser um combustível presente e marcante. Reverberava em nós dentro de campo. Continua assim. Hoje tem uma coisa muito interessante e diferente, para o lado positivo. Percebi que durante o jogo eles jogam junto o tempo todo. Se não gostarem de alguma coisa, reclamam depois. Não era assim, e isso é muito positivo.

Para a revista, ele afirmou que “Joga-se um ano e se aprende cinco”. Então, o técnico corinthiano seguiu falando sobre sua carreira no Corinthians, afirmando que o que viveu no Timão era de uma intensidade muito grande e que quando sair, vai sair muito melhor de quando entrou.

– Depois de ter passado aqui, não me assustei mais com as coisas. A intensidade que vivi o Corinthians aos 26, 27 anos, para mim era algo muito grande. O que encontrei dali para frente, encarei com maior tranquilidade. Não tenho a menor dúvida de que quando eu sair daqui de novo, sairei muito melhor. Por causa de todas as lições, de tudo que o clube tem. O que me chamou a atenção foi a importância e interesse pelas relações vividas aqui. É o diferencial.

Foto: Marcelo Braga | Globo Esporte

Em 1987, Cristóvão teve que sair do alvinegro e ir para o Grêmio e disse que na época que “Não foi tratado do jeito que merecia”.

– Tive reuniões umas sete vezes com o Vicente Matheus (presidente do Corinthians na época), não teve acordo. Por isso fui para o Grêmio. Tinha a possibilidade de renovar, mas faltou acordo financeiro. Eu queria continuar, mas acabei indo para o Grêmio e tive uma boa passagem por lá também.

Acabada a conversa sobre o passado, o comandante falou ao GloboEsporte.com como foi esse primeiro mês no Corinthians.

– Quando cheguei, era um momento muito difícil. Seria assim em qualquer época que eu chegasse, é uma substituição muito difícil de se fazer. Dar continuidade a um trabalho vitorioso tem um peso, não é fácil. E cheguei numa sequência de jogos com viagens, quarta e domingo. Mesmo assim, conseguimos bons resultados. Isso tem ajudado bastante, e vamos seguir assim porque queremos chegar à ponte.

– O Tite tentou reproduzir aquele time campeão brasileiro, com jogadores em funções e posições parecidas. Mas antes de eu chegar, ele mudou o sistema de jogo porque foi vendo que daquela maneira não iria se encaixar. Pelos jogadores que temos, esse atual sistema está funcionando melhor. Vou tentar desenvolver com ele. Se não conseguir, vou ver como fazer. Se precisar mudar o esquema, mudamos – completou.