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Corinthians e Gaviões da Fiel emitem nota rebatendo Conmebol; leia as duas

Danilo Vieira Andrade

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Corinthians e Gaviões da Fiel rebateram a nota da Conmebol publicada na última segunda-feira. No texto, a entidade maior do futebol sul-americano lembra a morte de Kevin Espada, em 2013, para rebater os questionamentos alvinegros.



Nesta terça-feira (15), o Corinthians e a maior torcida organizada publicaram nota. O Timão voltou a discordar da entidade e disse que “o Clube diverge radicalmente da Confederação é na proibição dos “bandeirões”, bem como sobre a entidade querer legislar sobre o padrão e tamanho dos adereços eleitos pelos torcedores nestas manifestações”.

A Gaviões da Fiel critica mais asperamente. “Novamente ignora-se estudos, especialistas e nós, torcedores, para tomarem medidas demagogas que em lugar nenhum do mundo provaram-se eficazes, como a proibição de bandeiras e bandeirões, além dos setores populares sem cadeiras, debruçados sobre o fraco pretexto de combate à violência”.

VEJA ABAIXO AS NOTAS:

NOTA DO CORINTHIANS:

O Corinthians reconhece a consideração expressa pela Conmebol ao responder prontamente à nossa contestação e às exigências baixadas pela Confederação em ato recente. No sistema autoritário em que vivemos no Continente, toda abertura ao diálogo é sempre bem-vinda.

Em relação aos pontos levantados no pronunciamento da Conmebol, a posição do nosso Clube é a seguinte:

a)Melhorar as condições de segurança nos estádios é meta de todos os clubes do Continente e não seria o Corinthians que iria ser contrário. Mas, dada a diversidade na qualidade dos estádios, que vão desde arremedos de arenas centenárias e desconfortáveis até a nossa – a única que preenche os requisitos severos da FIFA para se qualificar como certificada para uma abertura de Copa Mundial – seria uma desconsideração injustificável das peculiaridades locais.

b)Coincidimos com o apoio da Conmebol a não criar obstáculos às manifestações espontâneas de regozijo das torcidas. Entretanto, regulamentar minuciosamente as especificações Associar a presença deles nos estádios à tragédia de Oruro é correlação espúria. Ninguém, mais do que nós, pranteou a morte de um torcedor boliviano pelo disparo de um artefato proibido. Culpe-se os responsáveis pelo controle de acesso de tais instrumentos de violência e não a fortuita abertura de um “bandeirão” na hora do acidente. Haja vista que desde a inauguração da nossa Arena os “bandeirões” são uma presença constante sem que qualquer acidente similar tenha ocorrido. Que se louve o profissionalismo das nossas forças policiais, cuja metodologia deveria ser seguida em outras cidades.

c)Apoiamos a manifestação espontânea da torcida e procuramos, na medida do possível, atender aos seus anseios. Assim, mesmo com a venda identificada de cada ingresso, conseguimos limitar a capacidade setorial da Arena mesmo em áreas onde o espectador não encontra o empecilho de assentos porque exige assistir ao jogo em pé. Similarmente, a venda de ingressos pela internet é uma prática recorrente do Clube, que está avançando a cada ano e que em 2019 receberá um impulso, com a IBM assumindo o domínio tecnológico da nossa venda de ingressos. Quanto ao bloqueio de infratores, o Clube sempre atendeu às exigências das forças de segurança locais, sem ter a pretensão de substitui-los na concepção do melhor modelo a ser implantado. Somos também muito ativos no diálogo com o Ministério Público, sempre aberto a escutar pleitos emanados da nossa Fiel e flexibilizando normas sempre que lhe parece ser chegado o momento adequado.

d)Onde o Clube diverge radicalmente da Confederação é na proibição dos “bandeirões”, bem como sobre a entidade querer legislar sobre o padrão e tamanho dos adereços eleitos pelos torcedores nestas manifestações e tentar substituir com a vontade de burocratas isolados da realidade de cada arena o discernimento das forças de segurança especializadas que tratam deste assunto em cada cidade, ouvidas as emissoras envolvidas na transmissão, em perfeita harmonia.




VEJA ABAIXO A NOTA DA GAVIÕES:

Os Gaviões da Fiel vem a público demonstrar apoio ao posicionamento da diretoria do Sport Club Corinthians Paulista acerca das imposições da Conmebol – entendidas por nós como mais um capítulo da elitização burra e preconceituosa do futebol.

Novamente ignora-se estudos, especialistas e nós, torcedores, para tomarem medidas demagogas que em lugar nenhum do mundo provaram-se eficazes, como a proibição de bandeiras e bandeirões, além dos setores populares sem cadeiras, debruçados sobre o fraco pretexto de combate à violência.

Se o intuito é melhorar, não há caminho possível para isso sem o diálogo amplo e irrestrito.

E não será forçando polêmicas que a Conmebol irá desviar-se de suas responsabilidades enquanto organizadora do futebol sul-americano.

A triste fatalidade de Oruro, que culminou na morte do garoto Kevin, não pode servir como cortina de fumaça. Assim como não fugimos das responsabilidades que nos cabem, nem mesmo à época do acidente, gostaríamos de saber que medidas a Conmebol tomou na ocasião para punir os responsáveis pela segurança do estádio, além da responsabilidade dela própria como organizadora da competição.

Onde estava esta mesma entidade durante os seis meses em que 12 pessoas ficaram presas injustamente, tendo sido soltas posteriormente por total incapacidade de apresentarem ao menos uma prova contra eles.

E se o pretexto para as recentes imposições é de fato impedir que volte acontecer tal fatalidade, não entendemos a proposta de que extinguir os setores populares sem cadeiras poderia ajudar.

Antes de preocuparem-se em acabar com as festas nos estádios, deveriam ocupar-se fiscalizando e atuando para estruturar estes mesmos estádios, que por vezes apresentam um alto preço, mas com condições completamente inaceitáveis.

Os Gaviões da Fiel reiteram sua luta pela defesa do futebol popular, deixando claro que não nos deixamos enganar por falácias que tentam esconder um processo já histórico de higienização social do esporte.

Que a Conmebol assuma seu despreparo, sendo ela a instituição que não consegue organizar uma final de seu maior torneio em seu próprio continente, e busque o diálogo para que juntos tenhamos mais segurança e estrutura, porém sempre respeitando e garantindo a festa e a alegria do povo.

Estamos à disposição!

GAVIÕES DA FIEL TORCIDA