Corinthians negocia para a Fiel e até rivais comprarem parte do estádio e convida até Leila Pereira

Danilo Vieira Andrade

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A diretoria do Corinthians negocia com a Caixa Econômica Federal a possibilidade de vender parte da Neo Química Arena para a bolsa de valores. A ideia do clube é manter 51% do estádio e distribuir os outros 49% para investidores.

O clube e o banco conversam há meses sobre a ideia. O objetivo é reduzir o juros do estádio e conseguir ter bons lucros para liquidar a dívida com a Caixa de maneira mais sólida.

Em entrevista ao GE, o diretor financeiro Wesley Melo explicou os planos do Corinthians. A ideia é vender as cotas para um grande investidor, mas também disponibilizar para investidores médios e pequenos, dando abertura para torcedores que investem na Bolsa de Valores de adquirirem cotas do estádio.

O Corinthians convida até mesmo a presidente rival Leila Pereira para o provável novo futuro da Neo Química Arena.

“A Leila (Pereira, presidente do Palmeiras) é mais do que bem-vinda. Adoraria que ela comprasse, adoraria, não iria me importar, não”, declarou Wesley.

VEJA OS TRECHOS PRINCIPAIS DA ENTREVISTA:

O QUE O CORINTHIANS PENSA?
“O Corinthians tem um fundo, que é dono de 100% da Arena, e esse fundo pode ser colocado no mercado. Alguém pode comprar 49% desse fundo se eu quiser vender, e eu gostaria de vender. Se alguém quiser comprar, por favor nos procure.”

“Não é a história da vaquinha. É como a gente transforma a Arena em um produto financeiro que o corintiano possa fazer um investimento e a gente juntar um dinheiro tal que consiga negociar com a Caixa e fazer esse pagamento do financiamento.”

A FIEL E ATÉ RIVAIS PODERÃO ADQUIRIR AS COTAS
“Eu acho que vai ter ali são-paulino, santista, palmeirense eu não sei… Aquele mais de finanças vai que ele entende que é um produto financeiro bom e faz um investimento.”

A IDEIA É PAGAR A DÍVIDA DO ESTÁDIO DE MANEIRA MAIS SÓLIDA
“Quem sabe a gente consegue mais dinheiro do que isso, dá pra pagar a Caixa e sobra dinheiro. Ou quem sabe a gente capta um valor menor, mas consegue negociar com a Caixa uma redução da dívida, já que vou pagar à vista. Depois de implementado, vou ver quanto a gente consegue captar e como a gente negocia com a Caixa. A ideia é, se não liquidar 100% da dívida, mitigá-la bem.”

SONHO DE TER O TORCEDOR CORINTHIANO COMO “SÓCIO”
“É dar oportunidade para o corintiano falar: sou dono de um pedacinho do estádio. Esse seria o meu desejo, lindo, romântico, e ele é possível. Mas talvez o que dê mais para emplacar seja um investidor mais pesado, com alguma centena de milhões de reais, e também ter o povão fazendo o varejo, fazendo o seu investimento. São dois cenários, um de desejo, um possível e outros que a gente está estudando.”

É DIFÍCIL DE ACONTECER DE FATO?
“É burocrático, depende de negociação, de regulamentação, mas é totalmente possível. Estamos conversando seriamente sobre isso há meses, não é de agora. E talvez leve mais alguns meses, mas é factível, é viável. Não é transformar o clube em SAF, não é transformar a Arena em SAF, mas buscar captação em um fundo de investimento, assim o Corinthians mantém controle sobre isso. É um dinheiro que pode vir, com retorno garantido, que é o fluxo da Arena. Quem vai estar mais interessado ali é o próprio corintiano.”