A tentativa do Corinthians de manter o lateral Fagner para 2015 esbarrou em um dos assuntos mais palpitantes atualmente no Parque São Jorge: a influência de Andrés Sanchez. Embora não tenha cargo, o ex-presidente dá as cartas em vários setores, sobretudo o departamento de futebol.
Em mensagem interna a que o UOL Esporte teve acesso, um intermediário explica a Edu Gaspar, gerente de futebol, que a cessão de Fagner foi aceita pelo Wolfsburg-ALE, dono dos direitos federativos e econômicos do atleta. As cláusulas do negócio, alerta esse e-mail, foram submetidas ao crivo de Andrés Sanchez.
Depois de um empréstimo em 2014, o clube alemão está disposto a ceder Fagner de vez ao Corinthians. O Wolfsburg fez duas exigências: manter 50% dos direitos econômicos do lateral e assegurar o valor mínimo de 300 mil euros de porcentagem em caso de uma futura negociação.
Na mensagem, o interlocutor deixa claro que Andrés foi consultado para que o negócio fosse adiante. O ex-presidente concordou que o Wolfsburg-ALE ficasse com metade dos direitos econômicos. Mas não autorizou a cláusula de repasse mínimo em caso de transferência.
Por enquanto, o assunto não avançou. Conforme o UOL Esporte havia publicado, Andrés Sanchez e Roberto de Andrade tinham como objetivo reduzir a influência do agente Carlos Leite no elenco para 2015. A relação ruim entre as partes também dificulta o andamento, embora a posição do Wolfsburg tenha sido animadora.
Na prática, o negócio de Fagner é mais um que passa pelo crivo de Andrés no Corinthians em 2014. Assim foi com os irmãos Ángel e Óscar Romero. Também na frustrada oferta ao goleiro Danilo, da Chapecoense, para que Walter se transferisse à Ponte Preta. Ou mesmo na chegada do colombiano Stiven Mendoza, que jogava na Índia e assinou por quatro anos.
No último sábado, Andrés Sanchez foi questionado se seria o diretor de futebol do Corinthians em 2015. Ele é o favorito para o cargo caso Roberto de Andrade, a quem apoia, vença as eleições. O candidato disse que Andrés havia recusado, por falta de tempo. Mas o ex-presidente, no mesmo evento, disse que pensava na possibilidade.
Hoje, a impressão dos membros do grupo político de Roberto de Andrade é que Andrés dará as cartas, independentemente de ser diretor de futebol ou não. Duílio Monteiro Alves, diretor adjunto até o início deste ano, está cotado para compor, mas enfrenta muita rejeição.
O UOL Esporte tentou contato com Andrés Sanchez, mas não teve sucesso.
Fonte: UOL