Funcionários do Palmeiras se humilham e vão à Arena Corinthians escondidos até do próprio clube

Danilo Vieira Andrade

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O diálogo entre Palmeiras e WTorre, construtora responsável pela reforma do estádio, está melhorando, mas ainda está longe de ficar bom. Mais uma prova disso é que funcionários do clube têm ido escondido à nova arena por serem proibidos de visitar o local pela atual diretoria.

O detalhe é que os trabalhadores palmeirenses foram ao local não só por curiosidade, mas para aprovarem detalhes técnicos de marketing e logística, que precisam da supervisão do clube. Os exemplos são espaços de publicidade, acesso e local de trabalho da imprensa, camarote que receberá dirigentes e até a entrada do time no estádio em dias de jogo. Nem assim, eles obtiveram a liberação de Paulo Nobre para irem à casa alviverde.

O UOL Esporte ainda conversou com o estafe de 10 jogadores do time que confirmaram que todos atletas estão proibidos de irem ao local. Vários não escondem a ansiedade de pisarem pela primeira vez no gramado do Allianz Parque em entrevistas. A construtora também já tentou promover o encontro entre time e estádio, mas não teve sucesso.

A sabotagem da Arena por parte do Palmeiras se estende ao site oficial do clube. Não há qualquer informação dos eventos que por lá acontecem e das evoluções do estádio. O primeiro evento-teste, por exemplo, foi completamente ignorado. Essa é a orientação do departamento de comunicação liderado por um escritório contratado pelo presidente. Eles consideram essa a melhor forma de pressionar a construtora por um acordo.

Do outro lado, a construtora ignora a briga e faz homenagens constantes ao clube em partidas, vitórias e até no centenário. Procurada pela reportagem, a assessoria do Palmeiras deu a resposta abaixo sobre o assunto:

“A S.E.P. não comentará o assunto por conta do processo de arbitragem em andamento, mas gostaria de entender o porquê de o UOL ter uma cobertura tão desequilibrada em favor da construtora WTorre.”

No passado recente, Nobre ainda tentou impedir ex-atletas de irem ao Allianz Parque para receberem a homenagem da construtora. Nomes como Ademir da Guia, César Maluco e Leão, ídolos do passado, receberam uma cadeira cativa no estádio e receberam ligações do atual presidente, que tentou convencê-los de não irem ao evento.

A briga entre construtora e clube começou por causa da divergência para comercialização da cadeiras. Enquanto o Palmeiras entende que poderá comercializar 35 mil assentos, a WTorre quer ter 100% das cadeiras sob sua gestão. O assunto está sendo resolvido em uma Câmara de Arbitragem e não tem data para acabar.

Independentemente disso, WTorre e AEG, gestora do estádio, têm o plano de inaugurar o aparelo no dia 09 de novembro, na partida contra o Atlético-MG. O primeiro show acontece no fim do mesmo mês, com Paul McCartney, para 55 mil pessoas.

Fonte: UOL