Corintiano Guerrero: ‘Quero e podemos ganhar tudo’

Danilo Vieira Andrade

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Guerrero, fala mansa fora de campo e
 brigador dentro dele
Crédito: Miguel Schincariol

O time campeão do mundo é brasileiro, mas o destaque é peruano. Guerrero já havia aparecido para o mundo ao ser o artilheiro da Copa América de 2011, mas poucos lembravam dele quando chegou ao Corinthians, em julho do ano passado. Hoje, ninguém duvida, é um dos grandes camisas 9 que atuam no futebol brasileiro.

Sua fase inspirada rendeu-lhe os gols nas vitórias por 1 a 0 sobre Al Ahly e Chelsea no Mundial de Clubes da Fifa, no Japão. Já são nove gols nos últimos dez jogos. Os últimos cinco de cabeça. Cabeça, aliás, que ele garante ter melhorado e ser o motivo pelo bom futebol agora.

Quem conhece o jogador, vê duas personalidades. Fora de campo, um cara de fala mansa e com o discurso sempre humilde. E que se preocupa com as questões sociais, como a pobreza no próprio país.

Já quando joga, se transforma em guerreiro. Duelos como o clássico contra o Palmeiras, às 16h deste domingo, no Pacaembu, pelo Paulistão Chevrolet (com transmissão em tempo real pelo LANCE!Net) são a sua cara: decisão com ‘briga’?.

?’ Seguramente vai ter briga, confusão (risos). Um clássico é assim, precisamos estar concentrados, jogar bem, e o principal: ganhar! Isso vai nos dar tranquilidade para a Libertadores na próxima semana ?’ afirmou o centroavante.

Confira a entrevista completa:

Você fez nove gols nos últimos dez jogos. Como pará-lo?
É uma fase boa (risos). O time está jogando bem, dando essa alegria para a torcida. É isso que está na cabeça dos jogadores. Vou continuar trabalhando bem assim porque este ano eu quero ganhar tudo.

Está no auge da carreira?
Já tive fase de melhor forma, depois caí. Acho que tudo passa por motivação. Agora eu tenho essa motivação de jogar futebol. Estou em um time que me dá confiança, o torcedor me recebeu bem. Isso motiva um jogador. Quando cheguei à Alemanha fiz jogos incríveis, tive uma regularidade. Depois caí, entrei em confusão, mas agora retomei. O meu dia a dia é feliz.

Nota de Redação: Em março do ano passado, ainda jogador do Hamburgo, Guerrero deu carrinho violento em duelo contra o Stuttgart e foi expulso. Ele acabou suspenso por oito jogos e foi massacrado pelos jornalistas alemães. Em 2010, já havia atirado uma garrafa de plástico em um torcedor, em discussão após um jogo.

Você se considera entre os melhores atacantes do mundo hoje?
Não. Acho que um jogador não pode falar isso. Tem de seguir jogando, por mais que seja o melhor, não pode falar. Tem de trabalhar forte, focado na carreira. Depois, quando já tiver encerrado, pode fazer um balanço. Agora quero aproveitar, ganhar o que puder, e depois da minha carreira vou fazer uma análise do que eu representei.

E pretende jogar até quando?
Definitivamente, eu gostaria de encerrar a carreira, jogar meu último ou últimos anos pelo Alianza Lima. É o time pelo qual toda a minha família torce, onde comecei a carreira. Eu não sei quantos anos mais eu vou jogar. Sei que vou jogar até quando o meu corpo permitir.

Você já marcou 11 gols em 20 jogos pelo Corinthians. Sua média de gols é superior a que o Ronaldo teve, em sua passagem?
Para mim, como Ronaldo não tem ninguém. Foi o melhor que vi jogar, gostava muito. Para mim é importante seguir ajudando meu time a ganhar tudo, a ganhar partidas importantes. Quero fazer gols e dar alegrias para a torcida. Só isso.

Já sabe o que representa um Corinthians x Palmeiras?
Significa muito! Quando cheguei ao Corinthians eu percebi isso, essa rivalidade. Eu vou saber mais no campo, jogando. Seguramente vai ter briga, confusão (risos). Um clássico é assim, precisamos estar concentrados, jogar bem, e o principal: ganhar! Isso vai nos dar tranquilidade para a Libertadores na próxima semana. A gente tem que ir focado e ganhar do time deles.

Pela superioridade, o Corinthians tem a obrigação de vencer?
Não digo obrigação de vencer, mas vai ser muito importante fazer um bom jogo. Sabemos que estamos jogando em casa, porque o estádio estará lotado de corintianos. Para nós é importante que a gente jogue o nosso futebol, ganhe. Temos de mostrar que voltamos a ter o padrão de jogo de 2012. Queremos ir para a Bolívia com confiança.

Assistiu ao jogo entre Palmeiras e Sporting Cristal, pela Libertadores, na última quinta? Para quem torceu? Você é Alianza…
Vi um pouco, sim. Agora, no Corinthians, não posso nunca torcer pelo Palmeiras (risos). Torci pelo time do Peru, que é do meu país.

É possível ser bi da Libertadores e construir uma hegemonia no futebol sul-americano?
Tanto aqui como na Europa é difícil conquistar o continente duas vezes seguidas. Acho que sim. Qualidade técnica e física nós temos. Vai ser difícil, porque todos os times vão jogar contra a gente como se fosse uma final, principalmente na Libertadores. Vai ser mais difícil ganhar esse ano, mas temos de manter a humildade para correr, marcar… Depois, é ir para o jogo. Qualidade para vencer de novo a gente tem, sim.

O Corinthians é favorito para conquistar o título esse ano?

Sim, é um dos favoritos. Tem uma equipe muito boa, grandes jogadores, estamos trabalhando muito. Mas esse ano vai ser muito mais difícil, todos estão se preparando bem. Esperamos trabalhar bem para conquistar esse título de novo.

A seleção do Peru está acima de tudo para você na carreira?
Para todos os jogadores, representar o país é a maior coisa que se pode fazer. Dou a vida pela seleção. Meu sonho é classificar o Peru para a Copa-2014, vou fazer tudo para conseguir isso até o fim da minha carreira.

Nota da redação: Atualmente o Peru é penúltimo colocado das Eliminatórias sul-americanas e esta a quatro pontos do quinto colocado, posto que leva à repescagem. 

Temendo a reserva, Martínez saiu pensando na seleção argentina. Você teria feito o mesmo?
Martínez é muito gente boa. Ele queria jogar porque quer estar na seleção. Eu ia ficar aqui, porque eu acho que me garanto no campo. Tenho de jogar, treinar bem, depois o treinador escolhe quem joga.

No Peru, você faz questão de visitar bairros pobres e fazer doações. O que sabe da pobreza no Brasil? Pode fazer aqui também?
Como todo país sul-americano tem muita pobreza aqui. Ainda não conheci os bairros pobres, ainda não conheço muita gente aqui. Quando me chamarem para ir a algum bairro pobre para ajudar, vou com gosto. Gosto de ajudar.

O que acha dos camisas 9 do Brasil? Luis Fabiano, Fred…
Luis Fabiano todo mundo conhece, é um cara que, se tiver chance, a bola vai para dentro. O Fred também, Leandro Damião, são caras que fazem muitos gol. O Brasil tem muitos bons centroavantes. Terá um bom time na Copa, certeza.

Qual time mais ameaça o Corinthians em termos de força?
Todos os brasileiros que estão na Libertadores são fortes. Esse ano não vai ser fácil não. Acho que vai ser mais difícil do que ano passado.

Fonte: Lancenet

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