Edenílson chegou ao Corinthians, na metade de 2011, como um mero desconhecido vindo do Caxias e com pretensões para lá de humildes. Queria, primeiramente, cavar sua vaga no banco. Depois, quem sabe, pintar como reserva de Paulinho no meio, para, após alguns meses, tentar brigar por posição entre os titulares.
O tempo passou, as aspirações e até a posição mudaram. Edenílson foi improvisado na lateral, agradou à comissão técnica, mandou Alessandro para o banco de reservas e hoje, às 16h, contra o Criciúma -; apelidado de Tigre -;, vai para o oitavo jogo seguido como titular. E a maior sequência na equipe já faz o jogador sonhar alto.
Nada de se contentar em ser sombra de alguém mais experiente. Mesmo com 23 anos, ele quer é se firmar de vez entre os titulares e, por que não, conseguir uma vaguinha na seleção brasileira. Jean, hoje reserva de Daniel Alves no grupo de Felipão, trilhou caminho parecido.
‘A questão é trabalhar bem no clube. O trabalho leva à seleção. O Jean não vinha atuando na lateral, mas estava fazendo um bom trabalho no Fluminense. Até por também jogar em várias funções. Mas, antes de tudo, quero me firmar aqui, um passo de cada vez’, falou Edenílson ao DIÁRIO.
Até a Copa do Mundo está na mira do lateral. Embora não tenha pressa ou afobação de vestir a amarelinha, o sonho de disputar o Mundial no Brasil existe. ‘Todo mundo sonha e a gente está no bolo. Todo mundo na mesma luta. Primeiro quero que a equipe deslanche. Em questão de Copa do Mundo, a gente pensa depois’, contou.
O que vai nos fazer chegar lá em cima é uma boa sequência de vitórias. Pontuar é bom e o empate nem seria ruim, mas uma sequência de duas, três vitórias, pode nos colocar lá em cima. Assim, vamos brigar por coisa melhor lá na frente.
Como é o seu relacionamento com o Alessandro?
A gente conversa mais o básico. Nos jogos, eu o escuto gritando comigo às vezes. Mais para incentivar, mesmo. Contra o Grêmio, ouvi o Alessandro falando ‘vamos, vamos’. É legal isso. Quando ele jogava, acontecia o mesmo da minha parte.
Ele já te deu algum puxão de orelha depois de um jogo?
Ah, isso não aconteceu. Quando acontece algum lance errado, nem dá tempo de ele falar, o Tite já chama e fala (risos).
Você não era lateral, mas tem algum ídolo na posição?
Pela conduta tanto dentro quanto fora de campo e, pelo futebol e pela raça, eu me espelho no Alessandro. É um cara consagrado, que ganhou tudo e espero que conquiste mais.
Opinião
Tite, técnico do Corinthians
Está evoluindo na parte defensiva
O Edenílson é um bom garoto e, nesse tempo que vem jogando, mostrou uma evolução, principalmente, na parte da marcação. Ele aprendeu bastante os gestos técnicos que a posição exige. Como eu gosto de falar, aprendeu a botar a bunda no chão, ou seja, abaixar o centro de gravidade na hora de ir para a marcação do adversário.
Detalhes técnicos como marcar o adversário mais de lado, facilitando sua corrida de recuperação caso o adversário passe em velocidade, deixar o lado da perna ruim do rival mais aberto do que o outro, fechar nas costas do zagueiro para afastar a bola aérea que passa da segunda trave e a função de ocupar melhor os espaços na defesa.
Enfim, toda essa parte de marcação. Ele jogava mais do meio para frente. No Caxias, atuava até de meia mesmo. Por esse passado ofensivo, o Edenílson já tinha o poder de infiltração, a chegada ao ataque em velocidade. Faltava aprimorar a parte defensiva e, nesse ponto, ele realmente vem evoluindo bastante.
FICHA TÉCNICA:
Criciúma
4-4-2
Helton Leite; Sueliton, Matheus Ferraz, Fábio Ferreira e Marlon; Amaral, Elton, Leandro Brasília e Ivo; Lins e Wellington Paulista. T: Vadão
Corinthians
4-2-3-1
Cássio; Edenílson, Gil, Paulo André e Fábio Santos; Ralf e Paulinho; Romarinho, Danilo e Renato Augusto; Guerrero. T: Tite
BRASILEIRÃO > 1 TURNO -; 11 RODADA
Onde: Heriberto Hulse, em Criciúma (SC), às 16h
Juiz: Sandro Meira Ricci (PE)
TV: Globo e Band