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| Quatro torcedores chegaram a ser presos, mas acabaram liberados (Foto: Raphael Zarko) |
O Corinthians entregará nesta sexta-feira uma petição ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), requisitando a anulação da punição imposta após julgamento realizado na quarta. Na ocasião, foi decidido por unanimidade que a equipe deverá atuar sem a presença de seus torcedores em quatro partidas do Brasileiro (duas com portões fechados e outras duas com ingressos apenas para torcedores visitantes), por conta das brigas na partida contra o Vasco, em Brasília.
Após reunião entre os advogados João Zanforlin e Luiz Felipe Santoro com o diretor jurídico do clube, Luiz Alberto Bussab, o Timão decidiu agir por entender que esta sanção não consta no regulamento da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e, portanto, não é passível de aplicação nos torneios organizados pela entidade. Assim, o STJD se valeu de um conceito utilizado pela Conmebol. Além dos jogos com portões fechados, o Corinthians ainda recebeu multa de R$ 80 mil.
– Essa pena não existe. Temos confiança na anulação da decisão – afirmou Bussab, em contato por telefone com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM.
Para entregar sua defesa, o Corinthians aproveitará a presença de Zanforlin no Tribunal para o julgamento de Paolo Guerrero, que no momento está com a seleção peruana, e será julgado por um lance ocorrido na vitória do Timão por 1 a 0 sobre o Coritiba, no dia 18 de agosto. Ele seria enquadrado no artigo 254: “praticar agressão física durante a partida, prova ou equivalente”. O fato de o árbitro Péricles Bassols não ter citado nada na súmula do confronto pode pesar a favor de Guerrero.
Na visão de Santoro, a tendência é que o Timão obtenha sucesso em ambos os casos. Principalmente em relação aos jogos sem torcida, levando em conta que o STJD preferiu punir os clubes a focar o problema nos torcedores que iniciaram a briga.
– Estamos esperançosos porque foi aplicada uma pena que não poderia ser aplicada. Não é a questão de sair absolvido do caso. Sou contra a punição aos clubes, mas isso é uma questão pessoal e não cabe a discussão. Se lá fora do país se mostrou eficaz, aqui o sistema se mostrou ineficaz. Se não tirarmos os maus torcedores do estádio, não vamos erradicar a violência – opinou.
Corinthians e Vasco foram julgados na última quarta-feira pela briga que ocorreu entre as duas torcidas no estádio Mané Garrincha, no dia 25 de agosto, pela 16ª rodada do Brasileirão. Ambos foram enquadrados nos artigos 213 por deixarem de tomar providências capazes de prevenir ou reprimir desordens (os cariocas ainda responderam pelo artigo 191, da responsabilidade sobre a segurança dos torcedores). Mas o artigo que permitiu a adoção de precedentes internacionais na aplicação da pena é o de número 283, para “casos omissos e as lacunas” do código brasileiro.
Fonte: Globo Esporte
