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Vasco e Corinthians são punidos e perdem quatro mandos de campo

Danilo Vieira Andrade

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Leandro Silva de Oliveira (sem camisa) não poderá entrar nos jogos por 90 dias (Ed Ferreira / Agência Estado)

Vasco e Corinthians foram punidos pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) com perda de quatro mandos de campo. Na tarde desta quarta-feira, os auditores decidiram pela condenação dos clubes por confusão entre as torcidas no Mané Garrinhca, em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. Serão dois jogos com portões fechados e outros dois com ingressos apenas para os visitantes, além de uma multa de R$ 50 mil para os cariocas e R$ 80 mil para os paulistas.

Os clubes responderam pelo artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que trata de deixar de tomar providências capazes e prevenir ou reprimir desordens ou invasão do campo. As penas variavam de uma a dez partidas de punição, disputa dos jogos com portões fechados e multa de R$ 100 a R$ 100 mil. O Vasco, mandante do jogo, também respondeu ao artigo 191, por ter responsabilidade sobre a segurança dos torcedores. A pena, nesse caso, variava entre R$ 100 e R$ 100 mil. O caso preocupou o procurador Rafael Vanzin.

– As imagens trouxeram ao Brasil uma dúvida no atual cenário que temos em virtude da Copa do Mundo. São extremamente lamentáveis os fatos ocorridos, a selvageria praticada, torcedores se tornando reféns desses vândalos, policiais sendo agredidos. Denota total ausência de repressão de ambas as equipes denunciadas – disse.

A advogada do Vasco Luciana Lopes, por sua vez, deu a versão do clube:

– A segurança cabe ao poder público. Ao clube cabe prevenir e reprimir. O Vasco tomou todos os cuidados, fez reunião de segurança, convocou o policiamento… que mais atitude se esperaria do Vasco?! O fato de os torcedores terem sido presos e liberados… o Vasco não tem poder de polícia. O áudio diz que foi a torcida do Corinthians que começou toda confusão. A Gaviões da Fiel está suspensa dos estádios. Não há como imputar ao Vasco qualquer tipo de pena.

A briga aconteceu no intervalo do duelo, que terminou 1 a 1. Corintianos aproveitaram que não havia divisória entre as torcidas e invadiu o lado vascaíno, dando início ao confronto. A Polícia Militar apelou para o uso de spray de pimenta para conter o tumulto, que assustou muitas famílias que estavam próximas à confusão.

Na briga, foram identificados torcedores do time paulista que estiveram presos em Oruro, na Bolívia, por conta da morte do garoto Kevin Espada, de 14 anos e torcedor do San José, em fevereiro. Doze corintianos ficaram cinco meses detidos e, liberados em agosto, estavam no Mané Garrincha participando da baderna.

Com um tom de ironia, o advogado do clube paulista João Zanforli disse que pensava em fazer a defesa em inglês “pois o procurador pede aplicação de normas internacionais, da Fifa, e a principal lingua da Fifa é o inglês”. Porém, ao comparar sua pronúncia “mais para Joel Santana do que para Shakespeare”, seguiu o discurso defendendo o Timão das acusações.

– O azar do Vasco e do Corinthians foi que isso aconteceu no intervalo, jogo parado, a câmera focalizando o que estava acontecendo. Não que o Corinthians concorde com isso, não defendemos atos ilícitos. O Corinthians já defendeu que torcedores que briguem fiquem na cadeia – explicou.

Rixa antiga

A rivalidade entre torcidas de Vasco e Corinthians é conhecida de longa data. Em 2009, antes do segundo jogo da semifinal da Copa do Brasil, um corintiano foi por morto por vascaínos, em briga na Marginal Tietê, em São Paulo. Em reação ao ato violento, os paulistas revidaram queimando um dos ônibus que havia transportado os vascaínos até São Paulo. Para o jogo de Brasília, por exemplo, torcidas organizadas do Corinthians proibiram mulheres e menores de idade de viajar, prevendo confusões.

Fonte: Globo Esporte