Corinthians pode perder Tite já em 2016

Danilo Vieira Andrade

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Pelo visto até o final deste ano, no mínimo, Tite estará na cola do Dunga. Não por opção do técnico campeão brasileiro, mas por um desejo de quem está sempre inconformado com aquele que ocupa o posto de treinador da seleção brasileira. Ainda mais se não comunga da idéia do que dá plantão à beira do campo. Fico imaginando se esse desejo por ter o Tite no cargo está diretamente associado a forma categórica que deu ao Corinthians mais um título nacional. Ou será que a perda da conquista, após vantagem conquistada, traria à tona mais defeitos do que virtudes do técnico. É sempre bom lembrar que o ano do Corinthians não foi espetacular. Era o favorito para o Campeonato Paulista, cotado para finalista da Libertadores e da Copa do Brasil. Nada aconteceu.

Veio o Campeonato Brasileiro e a merecida conquista deu ao trabalho do Tite uma visibilidade acima do esperado. Não vejo como um técnico incapaz de dirigir a seleção brasileira. Muito pelo contrário. Tem méritos, se aperfeiçoou e olha cada vez de forma mais interessante para o futebol. Mas se acho que a demissão do Mano Menezes pelo ex-presidente da CBF, José Maria Marin, preso em regime domiciliar em Nova Iorque, foi um crime lesa-futebol, eu não posso defender a saída do Dunga só por ver no Tite mais capacidade para isso ou aquilo.

Tem muita a gente a quem respeito, exatamente por estar nessa estrada do futebol há muito tempo e valer a pena conversar e ouvir, que gostaria de ver o Tite no posto ocupado pelo Dunga. Mas é preciso definir o que se quer para a Seleção. Sempre tratamos com naturalidade a troca de técnicos da equipe. Quem se der ao trabalho de comparar com as outras do primeiro escalão verá que estamos, pelo menos, uma volta na frente no tema. Só que é bom lembrar de um detalhe: era uma época em que os pés de obra qualificados sobravam. Em cada gramado, tinha um. Tanto que a palavra injustiça era comum após a divulgação de toda a convocação. Agora é diferente.

Tenho com o Dunga pontos de vista diferentes – ainda bem – sobre a montagem do time titular da Seleção. Não vejo o Oscar como titular da equipe, mas o Mano, o Felipão e agora o Dunga não enxergam assim. Só que defendo a necessidade de se dar tempo ao trabalho e cobrar por isso. Para fazê-lo necessário será ter um projeto definido. E isso ultimamente não tem isso uma prática.

Fonte: PC Vasconcelos Globo Esporte