Com dificuldades de arcar com o custeio da Arena, o Corinthians rediscute o financiamento com a Caixa Econômica Federal. A negociação também envolve a construtora Odebrecht e precisa da chancela do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Além de solicitar maior prazo para quitar o empréstimo para a construção do estádio, o clube visa mudar o valor das parcelas.
No ano passado, o fundo que administra a Arena (formado por Corinthians, Caixa e Odebrecht) teria de pagar R$ 119 milhões pelo financiamento. O valor arrecado com bilheterias de jogos, venda de camarotes e outras receitas do estádio, ficou aquém do previsto. O clube pagou aproximadamente R$ 90 milhões. A meta para 2016 era de R$ 125 milhões e chegaria a quase R$ 210 milhões em 2018.
Indagado sobre o assunto, o diretor financeiro do Corinthians, Emerson Piovezan, destacou que a Caixa concordou em dialogar o tema, e que o clube não discute um refinanciamento, e sim, o projeto financeiro. Para ele, o contrato foi desenvolvido em uma realidade econômica diferente da atual.
A obra que custou aos cofres corinthianos R$ 985 milhões, com juros, saltou para R$ 1,2 bilhão. Em reportagem do jornal “Folha de São Paulo”, o número deverá atingir a R$ 1,64 bilhão. Com a nova negociação, o estádio alvinegro ficará mais caro.
“Não há almoço grátis, é claro que se alonga o prazo, tem mais juros. Mas é melhor pagar do que não ter”, argumenta Piovezan.
Caso não atinja as metas de pagamento, o Corinthians perde a operação da Arena Corinthians para o fundo representado pela BRL Trust, empresa do mercado financeiro indicada pela Odebrecht para administrar o estádio até o fim de 2017. Na visão dos dirigentes alvinegros, o assunto não preocupa “já que ninguém sabe gerir melhor o estádio” que o próprio Timão.
A Odebrecht teria dado garantias para o pagamento do financiamento e seria acionada antes mesmo que o clube. No entanto, as partes não cogitam isso e garantem um acordo amigável. Recorde-se que o Corinthians tem até 2028 para quitar o financiamento, mas desde maio, não tem pago as parcelas devido ao acordo realizado com a Caixa. O banco congelou a cobrança por seis meses para que houvesse uma discussão em torno da adoção de um novo modelo.
A diretoria alvinegra pede mais 17 meses de prazo e argumenta que segundo as regras do BNDES, os financiamentos do “ProCopa” (ao qual o Timão aderiu) poderiam ter até 36 meses de carência e a Arena de Itaquera contou com apenas 19 meses.
Aguardemos o desenrolar dos próximos capítulos…