A Arena Corinthians vai passar por mais um momento conturbado nos próximos dias. Tudo porque duas empresas responsáveis pela construção do estádio, desviaram dinheiro que era pra ser usado nas obras e desrespeitaram o contrato firmado com o clube. A denuncia é do Globoesporte.com.
Segundo a publicação, as empresas Odebrecht (construtora) com as empresas Temon (instalações hidráulicas e elétricas) e com a Heating & Cooling (ar-condicionado) fizeram um acordo para diminuir os custos do estádio e, assim, embolsarem o valor restante. A reportagem também fala de documentos que obteve mostrando as irregularidades de maneira clara.
Em 2011, em acordo com Andrés Sanchez, a construtora do estádio definiu que todo valor que sobrasse de locais das obras, seria realocado em outra parte do estádio. Isso não aconteceu.
Os valores seriam divididoa da seguinte maneira:
No caso da Temon (um contrato de R$ 31,5 milhões), as “melhorias” seriam assim divididas: 55% para a Odebrecht, 45% para a Temon.
No caso da Heating & Cooling (dentro de um contrato de R$ 11,8 milhões), o dinheiro que sobrasse seria dividido em partes iguais (50% para cada) entre empreiteira e H&C.
Odebrecht e Heating & Cooling negaram as acusações. A Temon não respondeu os contatos. Andrés Sanchez disse desconhecer as irregularidades.
Em nota oficial, o presidente Roberto de Andrade se manifestou pouco tempo depois da publicação do portal. O mandatário fala em “fatos muito graves” e afirma que irá investigar tudo sobre o assunto.
CONFIRA A NOTA:
Eu, como presidente do SCCP, torno público, em relação à matéria jornalística publicada hoje (10/11/2016), no Globo.com/Globo Esporte, onde se descreve fatos que envolvem contratos com “percentuais de verbas orçamentárias divididos entre a Odebrecht e fornecedores desta na construção da Arena Corinthians”, que tais fatos já fazem parte da Auditoria Geral da Obra da Arena Corinthians, em curso e coordenada pelo escritório Molina & Reis Advogados.
Naturalmente, os fatos são muito graves e apenas a formalização em documentos desta divisão já nos causa muito pesar, até por estar claro no Primeiro Aditivo do Contrato de Construção do Estádio (EPC), assinado pelo então presidente Andres Sanchez, que tais verbas orçadas pela construtora deveriam ser tratadas como uma conta corrente, ou seja, quando se economizasse em um item específico, o Clube teria o retorno dos recursos não utilizados. Por outro lado, em itens em que os valores finais para execução fossem maiores, teria-se que diminuir do montante de outros itens de verbas orçamentárias ou reduzir o escopo daquele item que superasse o valor contratualmente previsto.
Qualquer procedimento diferente não faria o menor sentido, e atenta diretamente contra a boa fé e o equilíbrio do contrato.
As consequências civis ou criminais de fatos comprovados em detrimento ao Clube e de sua imagem estão e serão devidamente levados adiante, certamente, nas instâncias que forem adequadas e necessárias.
Roberto de Andrade”
Roberto de Andrade mostrou-se indignado | Foto: Daniel Augusto Jr/ Ag.Corinthians |