O vice-presidente Cristiano Dresch, do Cuiabá, rebateu as declarações de Vanderlei Luxemburgo comentando sobre o exagero de treinadores estrangeiros no Brasil.
Em participação no “Rolou o Melão”, podcast da ESPN, o cartola rebateu Luxa e afirmou que o modelo brasileiro de se fazer futebol está dando errado.
“O nosso jeito de jogar futebol é muito no ‘resolve ali para mim’, com jogada individual. Vi uma entrevista de um treinador brasileiro nesta semana falando: ‘onde está o nosso jeito de jogar?’. O nosso jeito brasileiro de jogar, pelos resultados que estamos tendo internacionalmente, não está dando certo. O Brasil vem passando algumas vergonhas nas Copas do Mundo que refletem o que tem sido feito no Brasil”, iniciou o dirigente.
“O futebol brasileiro tem um grande problema na base, na formação de atletas e muito maior ainda na formação de profissionais de base: treinadores, preparadores físicos, treinadores de goleiros… todos os profissionais que envolvem uma comissão técnica. A gente tem um déficit muito grande hoje. No futebol, temos uma quantidade de pessoas empregadas que não têm qualificação. Temos muita gente no futebol que consegue arrumar emprego por amizade. E os treinadores brasileiros estão sofrendo muito a consequência disso. A escola de treinadores brasileiros é ruim”, completou.
Luxa declarou que o exagero de técnicos estrangeiros pode acabar com a identidade do futebol brasileiro. “Temos mais de 50% de treinadores estrangeiros, será que cabe tanto europeu aqui no Brasileirão? Não poderíamos ter mais treinadores brasileiros jovens com nossa identidade? Não somos europeus, nossa característica é diferente, estamos querendo transformar o futebol brasileiro em europeu. Como vamos recuperar nossa essência de futebol?”, afirmou Luxa.
O vice-presidente do Cuiabá afirmou que a tendência é aumentar ainda mais o número de treinadores estrangeiros no país. “O futebol europeu é feito, em sua maioria, com movimentos automatizados. O futebol tem se tornado isso, esse ‘automatizado’ tem levado vantagem em relação ao ‘resolver com o talento’. O futebol virou físico, a questão física se impõe muito dentro de campo. A quantidade de treinadores brasileiros da Série A tem diminuído muito. Hoje são 13, amanhã podemos ter 14, 15, 16 (técnicos estrangeiros). É algo a ser pensado com urgência”, finalizou.
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— É o Time do Povo, é o Coringão (@eotimedopovo01) August 11, 2023