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As cinco maiores crises do Corinthians na história

Pedro Nogueira Heiderich

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O portal É o Time do Povo traz hoje um levantamento que recorda quais foram as maiores crises do Corinthians na história. A partir de agora você relembra os principais momentos de dificuldade do Timão ao longo dos 115 anos e como o clube paulista deu a volta por cima depois.

São tempos marcantes para o torcedor que trazem memórias negativas, mas são importantes para não se repetir os erros e aprender com a história. Além de demonstrar a resiliência do Corinthians e a força para por fim nàs crises.

Confira as maiores crises do Corinthians na história em ordem cronológica

1° – A seca de 23 anos sem títulos grandes

A primeira e mais longa crise da história do Corinthians durou 23 anos. A famosa seca sem títulos de grande expressão, começou após a conquista do Campeonato Paulista de 1954. No ano seguinte, o Timão foi finalista, mas perdeu para o Santos, que começava a dominar no estado.

O Timão só foi voltar a disputar uma final de Paulista 20 anos depois, em 1974, contra o Palmeiras (ficou em segundo lugar em outras duas edições do estadual no intervalo, mas sem disputa de final, não chegou perto do título.  E a derrota amapliou a crise: o Palmeiras foi campeão, culminando na saída de Rivellino do Corinthians, um dos maiores ídolos do clube.

Dois anos depois,  aconteceu a Invasão Corinthiana no Maracanã, na semifinal do Brasileiro de 1976. Contra um Fluminense favorito e com Rivellino como destaque, um time modesto do Corinthians conquistou a vaga na final de forma histórica. Mas o título não veio de novo, após derrota para o Inter de Falcão.

A crise só chegou ao fim com o inesquecível gol de Basílio que deu o título do Paulista de 1977 contra a Ponte Preta. A situação também ficou marcada por um período em que o torcedor reforçou sua paixão ao clube até nos piores momentos. E o fim da fila foi histórico.

2° – Eliminado de novo pelo Palmeiras na Libertadores

Em 2000, o Corinthians viveu uma situação inusitada. Bicampeão brasileiro e campeão Mundial no início da temporada, o Todo Poderoso se viu em uma crise após ser eliminado pelo segundo ano seguido da Libertadores pelo Palmeiras, desta vez pela semifinal.

Os títulos recentes de um dos melhores times da história do Coringão, com grandes jogadores, não impediu a revolta da torcida. Ríncon e Edílson quase foram agredidos no Parque São Jorge e deixaram o clube. A diretoria reformulou uma equipe que tinha ainda Vampeta, Marcelinho, Ricardinho e Luizão e potencial para brigar e vencer mais competições na temporada e depois.

A crise foi amenizada no ano seguinte, em 2001, com o título do Campeonato Paulista sobre o Botafogo, que teve como mais marcante o gol de Ricardinho no último segundo da semi contra o Santos. A desconfiança e pressão seguiu até reformulação do elenco e a conquista do Rio-São Paulo em cima do São Paulo em 2002.

3° – Invasão em jogo para o River e queda para a Série B

Mesmo após vencer o Brasileiro de 2005, o Corinthians começou a viver uma crise conturbada que terminou na pior marca da história do clube, o rebaixamento da Série A. Tudo começou na eliminação para o River Plate na Libertadores de 2006, quando alguns torcedores destruíram cadeiras na arquibancada gerando conflito com a polícia e centena de pessoas quase invadiram o campo, fazendo o juiz encerrar o jogo antes.

Eram tempos do Corinthians da MSI, que era alvo de investigações. Mais uma vez, sobrou para os ídolos. Tévez foi alvo de torcedores que chutaram e jogaram pedras em seu carro onde estava sua família. Irritado com a situação, após desentendimento com o então técnico Leão, deixou o Coringão, alavancando a crise.

Em dívidas, o time do Corinthians foi se desfazendo e piorando, até 2007, quando foi rebaixado para a Série B pela primeira e única vez desde sua fundação. A crise teve fim com o título da Série B em 2008 e o primeiro semestre fulminante de 2009 com a vinda de Ronaldo Fenômeno e os títulos do Paulista e Copa do Brasil.

4° – A eliminação para o Tolima

Dois anos depois, o Corinthians ainda com Ronaldo Fenômeno e na época também com Roberto Carlos, deixou escapar o título do Brasileiro de 2010, mas vinha com tudo para a Libertadores de 2011. Não contava é que seria eliminado tragicamente na pré-Libertadores pelo desconhecido Tolima da Colômbia.

A eliminação foi alvo de piadas dos rivais e novamente protestos e cobranças da torcida, em uma época em que o Coringão ainda seguia perseguindo o sonho da Libertadores. A crise ganhou peso ainda maior quando Ronaldo anunciou que ia se aposentar. Roberto Carlos e outros pilares do time deixaram o Todo Poderoso.

O que salvou a crise foi bancar a permanência de Tite, que havia chegado a pouco no clube. E logo após tudo isso, tinha um clássico no Paulista contra o Palmeiras que foi preponderante para sair da crise. Uma vitória chorada por 1 a 0 com gol de Alessandro deu início a um nova era e reformulação do elenco, que terminou aquele ano com o título do Campeonato Brasileiro de 2011, e no ano seguinte, enfim da Libertadores.

5° – Fugas de rebaixamentos, dívidas e impeachment

Em 2019, o Corinthians que havia sido tricampeão Paulista no começo da temporada, deu início à crise técnica e financeira após sofrer goleada do Flamengo e demitir Fabio Carrille, que havia conquistado os últimos quatro títulos do clube. Daí em diante, o Timão viveu anos de equipes fracas, viu as dívidas dispararem, e tentou novidades que não deram certo como a equipe de Thiago Nunes que tinha Luan como pilar.

A situaçao foi piorando ao longo dos anos. Em 2023, o Coringão lutou contra o rebaixamento no Brasileirão e escapou por pouco, o que acendeu um estado de alerta. No ano seguinte, Augusto Melo assumiu a presidência que era comandada por Duílio Alves.

As duas gestões em sequência são desastrosas em termos financeiros, ampliando a dívida do Timão. Para piorar, em 2024, de novo o Timão reviveu o fantasma do risco de ser rebaixado, acumulando processos judiciais de ex-jogadores e tranfers bans. A crise teve fim com a chegada de Rámon Díaz, que após difculdades engrenou uma sequência de vitórias que tirou o Corinthians da zona do Z4 e colocou em oitavo.

Só faltava voltar a ser campeão, o que aconteceu com o título do Palmeiras no Paulista de 2025, após sete anos sem erguer uma taça. As dívidas e crise política permanecem e em agosto de 2025, Augusto Melo, que já estava afastado desde maio, sofreu o impeachment após se tornar réu  por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro no caso da Vai de Bet, investigado pela polícia. Osmar Stabile assumiu.