Como é bom ver o Corinthians jogar como Corinthians

Roberto Zanin

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O Fluminense foi para Itaquera achando que daria um totó no Timão, tocando a bola desde a defesa.

Mas foram surpreendidos por uma alcateia de animais famintos, indo para cima da bola, como predadores sobre a presa.

Não conseguiram respirar. Os corações dos jogadores e da torcida pulsaram no mesmo ritmo. A Arena voltou a ser a arena onde qualquer um tem que suar sangue para vencer o Corinthians.

O primeiro gol foi o símbolo do corinthianismo. Mosquito deu carrinho, não conseguiu roubar a bola, mas não se deu por vencido. Incansável, deu outro carrinho para, aí sim, recuperar a pelota para passá-la a Wesley. Bomba. Caixa! 1 a 0.

A partida taticamente perfeita do alvinegro foi brindada por mais um golaço.

Hugo se antecipa e passa para Wesley. Insinuante, o garoto dribla um, dribla dois, dribla o ar, quebra a espinha do Felipe Melo e bate no contrapé de Fábio. Golaço, aço. O mais bonito do ano.

Quem me acompanha sabe que venho pedindo Romero centralizado. Fiquei preocupado quando Pedro Henrique sentiu a coxa, no comecinho do jogo. Havia a chance de António colocar Pedro Raul e deslocar Romero para a ponta. Mas, graças a Deus, Oliveira colocou Gustavo Mosquito. E deu no que deu.

Duas boas notícias.

  1. Bidon fez um grande jogo. Temos agora um segundo volante para não sair mais do time. O garoto dá sustentação quando o time está sem a posse e não sobrecarrega Raniele, problema que afetava o ex-Cuiabá nos últimos jogos.
  2. Cacá mostrou segurança e fez boa dupla com Torres. Com Gustavo Henrique, temos três zagueiros que podem evitar a chance de termos que ver Raul Gustavo em campo de novo.

Recado ao Ricardinho, ex-jogador e comentarista da Globo. Concordo que o Corinthians ganhou não por causa da ausência do Cássio. Mas que o ambiente estava mais leve, estava. E ninguém passou sustos com recuos de bola para nosso goleiro.

Zé Maria, símbolo da raça e titular da lateral-direita do Corinthians por mais de uma década, ficou, no final da carreira, na reserva, com Alfinete como titular. Cássio, o monstro Cássio, não está bem. Que fique no banco, recebendo o carinho do torcedor. E que Carlos Miguel deixe de rebater as bolas para frente. No mais, merece continuar jogando.

Que essa bela vitória dê moral e seja o marco da virada de chave do time nesta temporada.