A disposição tática do Corinthians no primeiro tempo do empate em 1 a 1, contra o Santa Fé, pareceu empacar na postura sólida e ofensiva do time colombiano. O toque de bola do alvinegro não fluía bem.
Porém, no segundo tempo, a equipe demonstrou comprometimento em relação ao esquema de jogo proposto por Tite, chegou mais vezes ao ataque e conseguiu marcar o gol de empate em uma bela jogada construída.
Nesse processo de adaptação tática, o treinador corintiano atribui à Fagner uma função chave. O lateral, que vive um dos melhores momentos de sua carreira, se adianta até a parte central do gramado para apoiar seus companheiros quando o Corinthians tem a posse de bola. Assim, jogando quase como um meia-direita, Fagner completa uma linha ofensiva composta por mais três jogadores, Lucca, Elias e Guilherme. Segundo a visão de Tite, esse esquema faz com que Giovanni Augusto se isente do compromisso de se fixar em uma posição específica. Com isso, o camisa 17 fica livre para circular no meio ofensivo, articulando as jogadas e auxiliando Guilherme, ainda em fase de adaptação na função.
Do outro lado do campo, Lucca é orientado a ficar bem aberto pela esquerda, aparecendo pela ponta para armar jogadas laterais e surgindo na área para concluir em bolas cruzadas. Para Tite, o posicionamento aberto dos jogadores fornece mais espaço para os meio campistas trabalharem.
A jogado do gol reforça essa ideia de “bola bem trabalhada dentro do esquema certo”. Ela saiu dos pés de Giovanni Augusto, que ocupava a porção central na intermediária. Fagner recebeu a bola, bem aberto pela ponta direita, e tocou no meio para Guilherme. O camisa 10 enxergou Elias vindo de trás e enfiou uma bola espetacular, culminando em uma finalização certeira para o gol.
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“Vai de acordo com o jogo. Você receber a bola na frente dá um pouco mais de espaço para jogar e acaba abrindo a linha defensiva do adversário. O Giovanni é um jogador de mais criação e fica com essa liberdade. Precisamos sempre buscar alternativas para a equipe não ser previsível”, afirmou Fagner.
O lateral direito, inclusive, já foi testado como ponta direita, atuando bem avançado. A ocasião foi na vitória por 3 a 0, diante do São Bernardo, onde o jogador deu duas assistências pra gol.
Para Tite o time campeão brasileiro no ano passado não deve ser comparado com o atual. Porém, na teoria, a ideia permanece a mesma, na medida em que Giovanni Augusto desempenha um papel parecido com o desempenhado por Jadson. Ainda segundo o treinador, as alterações no time são necessárias para suprir as dificuldades que alguns atletas sofrem para se adaptarem, como é o caso de Guilherme.
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“Guilherme está se adaptando. Deem tempo para a equipe se ajustar. A hora que conseguir ajustar a abertura maior do Fagner, o Giovanni pelo centro, vamos conseguir criar mais”, explicou o comandante.