Nenhuma opinião pessoal pode sobrepor ao histórico de luta do clube. O Time do Povo atravessa as décadas desde sua fundação lutando a favor de pautas importantes da sociedade. Assim foi na década de 1980 e o movimento pela democracia. É incabível qualquer torcedor pensar que o Corinthians, nesse momento, faria algo diferente.
A polarização no país nos traz para um momento bastante perigoso. O clima de guerra entre a população é cada vez mais evidente e, por vezes, nos faz não enxergar a realidade de maneira óbvia.
Mil pessoas estão morrendo por dia! Como vamos comemorar um gol sabendo disso? Perdemos a nossa humanidade por completo, então? O que importa é o entretenimento e a distração do povo?
Os clubes conseguirão sobreviver. O momento é de reflexão acerca dos salários astronômicos dos jogadores de futebol num país miserável como o Brasil.
O futebol voltará em breve e diferente do que conhecíamos antes. Precisamos ter paciência e, principalmente, empatia com os mais de 23 mil mortos, familiares e amigos.
Confesso que acordei aliviado com a carta aberta do Corinthians, nesta terça-feira (26), após ter refletido exatamente sobre o tema na noite de ontem. Fiquei temeroso sobre qual seria a postura do clube nos próximos dias acerca do assunto.
Aliviado de não precisar usar esse humilde espaço para ter que lembrar da história do Corinthians aos dirigentes. Espero que nenhuma pressão política ou econômica mude essa postura.
Títulos, contratações bombásticas, viagens internacionais, moral no exterior… Nada disso será lembrado na história dos clubes que perderam a humanidade na maior grave crise do século 21.