O episódio envolvendo o zagueiro Yago, pego no exame antidoping por conta do uso da substância betametasona, no clássico contra o Santos, realizado no dia 6 de março, levará também outros personagens envolvidos à julgamento. Além do jogador, o TFD-SP analisará a conduta dos médicos do clube que participaram do caso. Segundo especialistas brasileiros no controle de dopagem, tanto Yago quanto os médicos, irão responder o julgamento e podem ser absolvidos.
Na ocasião, o Corinthians chegou a relatar na súmula da partida a utilização da substância betametasona no zagueiro Yago. A legislação antidoping determina proibida quatro formas de aplicação: intravenosa, intramuscular, retal e oral. Essa utilização de betametasona, por parte da equipe médica corinthiana, teria sido feita uma semana antes do jogo, para amenizar dores oriundas de uma inflamação no joelho do atleta, através da forma intra-articular.
As autoridades explicam, que Joaquim Grava, consultor médico do clube, assumiu a responsabilidade no episódio por funcionar como atenuante em relação à Yago. No entanto, lembram que o Código Mundial de Antidopagem sempre aponta o atleta como principal responsável pelo doping.
As penas previstas ao zagueiro vão desde advertências até suspensão de dois anos. O clube aguarda o resultado da contraprova no dia 02 de maio para ter mais detalhes à respeito da situação. O provável é que Yago receba um gancho preventivo e fique fora por 30 dias até ir à julgamento. Por hora, o jogador ainda pode ser utilizado a qualquer momento pelo técnico Tite, já que só soube do problema depois da eliminação para o Audax, no último sábado.
Em relação aos médicos do time, as punições variam de advertências, até quatro anos de suspensão. Ainda segundo as autoridades do controle antidoping, o Corinthians deveria ter solicitado uma autorização formal para o uso da substância com antecedência. Assim, o pedido seria avaliado por três dos 10 médicos que compõem um colegiado da Agência Brasileira de Controle Antidopagem.
Em entrevista ao canal UOL ESPORTE, Joaquim grava disse que atualmente esse procedimento não é necessário.
“Hoje em dia, já não se precisa mais. Por isso, colocamos a informação na súmula da partida. Vamos supor que fosse uma alergia, um edema agudo de glote (garganta fechada) e você faz a aplicação, então você precisa de uma autorização para não tirar o jogador da partida”, explicou.