O meia-atacante Alyson José da Motta, 16 anos, se tornou o pivô de um escândalo no Corinthians. No começo do ano foi afastado dos demais jogadores da base, e agora para ter seu vínculo quebrado, terá de pagar R$ 9 milhões para a direção alvinegra. De acordo com a a diretoria do Timão, o garoto não treina com os outros jogadores por indisciplina, fato negado pelo seu novo representante, que afirma um descolamento no maxilar e caxumba como problemas para o garoto.
“Temos como provar isso. Há até um relatório médico do próprio Corinthians”, afirmou Jailton Lopes, representante do atleta.
O escândalo envolvendo o jovem, o ex-gerente da base Fábio Barrozo, o conselheiro vitalício Manoel Ramos Evangelista e o empresário americano Helmut Niki Apaza estão relacionados com o afastamento. O Corinthians não conseguiu impedir o vazamento das denúncias e tentou abafar tirando o garoto dos treinamentos.
O clube, que é amparado pela Lei Pelé, após uma reunião para romper um vínculo, afirmou que só liberaria o jogador com o pagamento de R$ 9 milhões.
A lei prevê que se o jogador não quiser assinar seu primeiro contrato profissional, o clube formador pode pedir uma indenização de 200 vezes o valor gasto com o atleta. O Corinthians calcula um gasto de R$ 45 mil, já que está a 18 meses pagando salários – cerca de R$ 2,5 mil por mês. Sendo assim, o clube chegou aos R$ 9 milhões. Caso não cheguem a uma solução, o caso pode parar na justiça. O empresário do garoto afirma, que existem cinco clubes brasileiros e dois do exterior interessados no jogador.
Alyson (ao centro) com o uniforme do Corinthians (Foto: Reprodução/Facebook) |
Alyson começou no São Paulo, onde jogou dos 10 aos 14 anos, mas optou sair por ser difícil se locomover entre Itapevi e Cotia. O garoto chegou ao Timão em 2014.
Com os pais desempregados e apenas com o salário de R$ 2,5 mil recebido do clube, Alyson sustenta a casa composta por seis pessoas e corre o risco de ficar sem moradia.
Seu antigo empresário, Julio Cesar Polizeli pediu um adiantamento de R$ 3,6 mil que fez para o pagamento de 3 meses de aluguel no bairro da Penha, zona leste de São Paulo. A relação entre eles ficou balançada ao descobrir que seu ex-empresário, juntamente com Fábio Barroso e Manoel Ramos Evangelista venderam 20% dos direitos econômicos do jogador ao empresário americano Helmut Niki Apaza. Os familiares tentaram romper o acordo e afirmam terem sido ameaçados por Polizeli.
“Estou providenciando uma nova casa para eles. A família e o menino não têm culpa de nada do que está acontecendo”, disse Lopes, o atual empresário.
O atleta quer seguir com o futebol, mas não sabe se vai ser no Corinthians ou longe do Parque São Jorge.