Tite desabafa sobre críticas da torcida e reconhece má fase: “Que m…, tem que melhorar”

Danilo Vieira Andrade

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O técnico Tite revolveu desabafar na tarde desta sexta-feira, em entrevista coletiva no CT Joaquim Grava, após atividade em que barrou o goleiro Cássio e anunciou Walter como o novo camisa 1.

Ao ser muito questionado pelos repórteres, Tite desabafou sobre a pressão que vem sentindo.

“Estou pressionado desde que vim para cá. Vestir a camisa de um grande clube requere desempenho e resultado. A gente está fadado a isso”, afirmou o treinador.

O treinador disparou ao ser perguntado se está sendo realmente um técnico previsível. O treinador engrossou a voz na resposta.

“Nós estamos procurando ajuste. Previsível não dá, tá? É incompatível com ajustar a equipe. Teria coerência se tivesse jogando há um ano juntos, formatada… Se fosse 2013, até poderia se pensar. Para quem usa esse termo, eu digo que essa análise não faz sentido”, disparou.

Duas vezes eliminado na temporada, no Paulista e na Libertadores, Tite falou da expectativa que se criou para ganhar títulos no primeiro semestre.

“A expectativa gerada em função do desempenho foi alta, inclusive para nós. Já vai bater, estourar, ser campeão paulista, ter sequência. A equipe produziu o desempenho para ir à final do Paulista e às quartas da Libertadores. O resultado foi aquém, mas vamos trabalhar. Ideias e opiniões, quando são divergentes, ninguém está contra ninguém. Está aí para cada formar a sua. Essa formação é a entrada do Balbuena, a entrada do Yago, a entrada do Vilson, e manter o nível alto de atuação, apesar dos problemas”, avaliou.

O comandante aproveitou o momento para tecer críticas aos torcedores e aos jornalistas, que esperam resultados rápidos no futebol.

“O tempo do técnico é diferente do torcedor, que daqui a pouco não acompanha. Talvez seja o tempo do torcedor em ouvir as informações e a razão. Tempo do técnico é diferente do comentarista. Tenho a incapacidade, com uma série de treinamentos mas sem situação a prova de jogo, para formar conceitos. Queria treinar o Cristian de lateral-direito para compor. Ele treinou muito. Com a saída do Edilson, a gente procura um jogador. Leo Principe está desenvolvendo. Se me der uma terceira chance, como avaliar? O que tu faria de diferente? Eu faria tudo de diferente se eu soubesse que a coisa fosse melhor. Inclusive me trocava. As coisas tem que acontecer. Talvez seja tempo de dar”, desabafou.

Ele também falou dos pensamentos que acontecem quando a fase não é boa. Sobre as dúvidas na equipe titular e os erros, ele foi claro.

“Quando eu fico em silêncio, não vem resposta na minha cabeça. Que merda, tem que melhorar”, falou.

O treinador finalizou a coletiva falando de dois assuntos importantes. O primeiro a ausência de Marlone nas últimas partidas, e o segundo sobre o desmanche que a equipe sofreu no inicio da temporada.

“Romero teve sequência. Eu mensuro essa situação. Teve o Lucca? Teve. Próximo passo da situação é o Marlone. Tem que manter padrão, regularidade dentro dos jogos. Nessa concorrência leal que todos têm. Técnico busca a concorrência na avaliação”, afirmou Tite.

“Sei que aconteceu essa conversa sobre desmanche. Infelizmente, aconteceu com o Corinthians o que não acontecia durante os anos. O poder veio e retirou. A vontade dos atletas fez. Seguramente, tem que ter equipe com estabilidade maior. Poderia ser arrogante e dizer que nos últimos sete anos de trabalho, tenho nove títulos. Não preciso ficar jogando, contrapondo, brigando… Já passei da idade disso. Só externo ideias para a gente melhorar, até o futebol de uma maneira melhor. É desumano, impossível formar uma equipe”, finalizou.