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Rafael Moura relembra época de Timão e crava: “Tem que ser macho para jogar no Corinthians”

Danilo Vieira Andrade

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Rafael Martiniano de Miranda Moura, 33 anos, 1,89 m, 85 kgs, é natural de Belo Horizonte (MG), apelidado de “He-Man” por sua semelhança com o clássico personagem da Marvel/ Star Comics. Um dos desenhos de maior sucesso da década de 1980. Enquanto o personagem da vida real atua profissionalmente desde 2003, colecionando títulos e gols nos gramados brasileiros.

Em 2005, “He-Man” ganhou o apelido quando foi contratado pelo Corinthians e a empresa MSI (Media Sports Investiment) junto ao Paysandu para integrar um elenco recheado de grandes atletas – onde era opção para Carlitos Tévez e Nilmar, dupla que havia sido Campeã Brasileiro em 2005, colecionando boas exibições e gols. O então técnico alvinegro Antônio Lopes ficou impressionado com o desempenho do atleta na equipe curuzu e pediu sua contratação. Mesmo um bom tempo lesionado naquele período, ele atuou em 14 partidas pelo Paysandu e marcou 11 gols.

A mudança repentina do Paysandu para o Corinthians, um dos maiores clubes do Brasil e do Mundo, mudou a vida de Rafael.

“Quando o Corinthians me comprou, mudou minha vida, tanto financeiramente quanto profissionalmente. Meu começo foi difícil, porque eu era uma contratação irrisória perto das que tinham no elenco. Eu era só um garoto que chegou no time campeão brasileiro. Tinha tudo para dar errado, mas eu sempre tive muita vontade de jogar e personalidade, lembra o atleta em entrevista a ESPN.

A passagem que durou apenas uma temporada foi de altos e baixos para o atleta, embora tenha marcado três gols nos três primeiros jogos, e ganhasse o apelido de “He-Man” por seu físico e garra (embora não aceitasse o apelido de início, o tempo fez com que entendesse que o apelido dava mais visibilidade) Rafael sofreu cobranças com os demais do elenco pela desclassificação na Copa Libertadores da América, diante do River Plate, em pleno Pacaembu.

“Depois da eliminação, eu e o Nilmar, que éramos vizinhos, saímos umas 5h da manhã do estádio, dentro de um camburão da polícia, escondidos dentro do porta-mala. Foi muito difícil”, relembra o atleta. Mais do que isso, o isolamento de 15 dias em Curitiba. “Nunca vi o Corinthians sair de São Paulo assim com todo estafe. Todos os nossos treinos eram lá, virou nossa base, ficamos praticamente morando no Paraná. Jogávamos uma partida e depois voltávamos para Curitiba”, relata o atacante, que logo completa: “Teve uma vez em Jarinu que a torcida invadiu à 1h da manhã querendo tirar satisfação. Definitivamente, tem que ser muito macho e muito corajoso para jogar no Corinthians”, crava.

Os bons momentos e a aprendizagem com os demais atletas não haveriam, porém, de ser apagados da memória do atacante, que relembra da humildade de Tevez, ídolo corinthiano.

“Aprendi demais com a humildade de caras como Tevez e Mascherano. Eles se tornaram astros mundiais, mas já mostravam desde moleques como treinavam e se dedicavam. Eram exemplos”, destaca.

Após 44 jogos, 15 gols, nenhum título e sem cair nas graças de diretoria e torcida, Rafael Moura deixou o Corinthians rumo ao Fluminense. No ano seguinte, foi Campeão da Copa do Brasil e no segundo semestre assinou por um ano com a equipe francesa Lorient, onde ficou até 2008. O retorno para o Brasil foi para o Atlético-PR (2008-2009), Goiás (2010), em 2011 retornou ao Fluminense.

Após isso, He-Man foi negociado para o Internacional (2012-2015) e Atlético-MG (2016) que repassou por empréstimo ao Figueirense até o final do ano em negociação que envolveu a ida do atacante Clayton para Minas.