Quatro dias depois da polêmica declaração sobre a Fiel, o volante Elias voltou a se manifestar. Dessa vez, em entrevista ao GloboEsporte.com, o atleta explicou as críticas que fez sobre a torcida alvinegra.
Com 251 jogos pelo Corinthians e campeão quatro vezes (Série B em 2008, Paulistão e Copa do Brasil em 2009 e Brasileirão no ano passado), o volante disse ter aprendido com Ronaldo Fenômeno a suportar a pressão vinda das arquibancadas. Ele ainda revelou que as críticas feitas era uma opinião de todo o elenco, diretoria e comissão e ele foi o responsável por expor publicamente.
Suspenso contra o Grêmio, o volante de 31 anos pediu desculpas para a Fiel sobre a maneira de como falou, mas continuou com a opinião.
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Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians |
Veja abaixo os principais trechos da entrevista do jogador:
AS CRÍTICAS
Tenho 251 jogos, uma marca muito difícil de se alcançar devido ao futebol como está, pelas negociações, mas pude completar no clube que gosto e que torço desde sempre. Posso falar com propriedade. O Corinthians ficou mais de 20 anos na fila, foi o período que a torcida mais cresceu, ela já fez feitos históricos, como invadir Maracanã, invadir o Japão, e foi essa torcida que me acostumei a ver. Uma torcida fiel, presente, que cobra.
A gente não foge da cobrança, quem vem para cá sabe disso. Mas devido aos acontecimentos em jogos em casa, tive de fazer um pronunciamento desse porque conheço o Corinthians, sei como é o corintiano de verdade e é esse torcedor que a gente quer ver no estádio.
COMPARAÇÃO COM TORCIDA DO SÃO PAULO
Às vezes por um mal-entendido, por culpa da própria imprensa que acaba explorando uma frase que falei, como uma vez exploraram que falei sobre o Grêmio, quando em nenhum momento quis dizer que o Grêmio era ruim, só quis dizer que a situação dele era pior que a nossa (nas oitavas de final da Libertadores), pois tinham perdido um jogo em casa. E agora falei sobre o São Paulo, não de forma pejorativa, nem para menosprezar a torcida adversária ou muito menos para querer comparar com a torcida do Corinthians.
Como disse no Instagram, a torcida do Corinthians é incomparável. Quis exemplificar uma coisa e acabaram levando para outro lado. Sempre fui humilde na vida, reconheço quando estou errado, mas as críticas continuam, porque elas fazem parte da vida. Quando recebo críticas, absorvo e tento melhorar. Então quando faço uma crítica, as pessoas têm de melhorar e ver se ela é justa. Mas se ofendi alguém, se ofendi o torcedor corintiano pela comparação com o São Paulo, retiro o que eu disse e peço desculpas. Mas as críticas continuam, elas são válidas, ajudam a crescer e a melhorar o ser humano.
APANHANDO NAS REDES SOCIAIS
Eu apanho porque suporto isso, tenho uma história aqui e nada vai apagar o que já fiz. Mas tinha que ser eu, estava incomodando os jogadores, a diretoria e o treinador. E resolvi falar porque eu posso apanhar. Aprendi muito disso com o Ronaldo, que apanhou bastante para que a gente pudesse ter a cabeça tranquila. Claro que não tenho a história dele no mundo do futebol, mas tenho no Corinthians. Se me criticam porque falei, só falei a verdade.
Sobre as vaias, minha postura continua e vai ser firme contra. Às vezes falar isso machuca as pessoas, a verdade incomoda um pouco. Como quando criticam a gente, às vezes magoa porque é verdade, às vezes não estamos rendendo e as críticas vêm, a gente absorve, mas também se chateia. Faz parte. Tinha que ser eu, eu assumi isso e não tenho medo de apanhar por isso.
Eu tinha até apagado o Instagram por algumas outras coisas que aconteceram (antes desse caso), mas reativei e tenho olhado pouco. Quando posto, é alguma coisa de coração mesmo, não fico olhando muito. Acompanho as redes sociais, mas não olho as mensagens que recebo, as críticas. Sei reconhecer quando estou errado, quando errei ou magoei alguém, por isso pedi desculpas no começo desta entrevista.
Mas as críticas permanecem e não tenho medo de receber vaias no próximo jogo em casa. Mas quando o torcedor pensar em me vaiar, vai estar vaiando alguém que é torcedor corintiano e que por muitos anos foi o representante deles dentro de campo, como eles próprio dizem. Não tenho medo. Não vão estar vaiando o Elias, vão estar vaiando o manto do Corinthians e aqueles que honram essa camisa.