Apresentado, Oswaldo de Oliveira se emociona com retorno ao Corinthians: “Tenho prazer”

Danilo Vieira Andrade

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Anunciado como novo técnico do Corinthians na tarde desta sexta-feira, Oswaldo de Oliveira foi apresentado ao lado do presidente Roberto de Andrade e falou pela primeira vez como treinador do clube após doze anos.

Entre outras coisas, Oswaldo respondeu sobre a pressão da torcida, desafios de colocar o Corinthians novamente nos trilhos das vitórias, e a transição de comando junto ao técnico Fábio Carrile, agora seu auxiliar.

“No Corinthians eu não tenho desafios, tenho prazer. Minha vida como treinador começou aqui, estou de corpo e alma, emocionado de voltar a essa casa”, disse Oswaldo em suas primeiras palavras como novo técnico do Timão.

Perguntado sobre Fábio Carrile, ele revelou a conversa que teve com o interino. Oswaldo revelou que vai para a partida contra o América-MG, domingo, em Itaquera.

Foto: Globo Esporte

“A gente já conversou longamente no vestiário, por enquanto eu vou seguir à risca o que o Fabio está me passando e gradativamente, quando tomar conhecimento de tudo, dos jogadores, posicionamento, reposição, aí vou passar a tomar decisões mais de cunho individual. Mas nesse momento seria insensato chegar e tentar mudar alguma coisa, até porque acompanhei os últimos jogos do Corinthians e a equipe melhorou bastante. No domingo já fico à beira do gramado”, revelou.

O treinador falou sobre a rejeição da torcida. Oswaldo falou da gratidão que a Fiel tem por sua pessoas pelo título Mundial em 2000.

“Vim para trabalhar como treinador, política quem faz é o presidente Roberto e sua equipe. Mas enquete é uma coisa dúbia para mim. Sou campeão paulista, brasileiro e mundial aqui dentro. Desde sempre ouço em São Paulo, no Brasil, em Londres, no Japão, um agradecimento de corintianos, obrigado por 2000. É o que sempre ouvi. Para mim não faz sentido enquete. O Corinthians tem um momento de desequilíbrio que precisa superar e estou aqui para isso, para ajudar. Corintiano que é corintiano tem que somar, ajudar e participar positivamente. Torcida sempre contestou, mas a imagem na minha cabeça é do dia 14 de janeiro de 2000, no Maracanã, 25 mil corintianos cantando a origem do “Todo Poderoso Timão”. Para mim é isso que tenho encontrado há 16 anos e minha expectativa é essa, porque comecei minha carreira aqui, sempre disse que foi um divisor de águas. Fui campeão de três grandes torneios em nove meses… Esse ambiente tem que ser favorável”, argumentou.

CONFIRA ABAIXO OS PRINCIPAIS TRECHOS DA APRESENTAÇÃO DE OSWALDO:

ÚLTIMOS TRABALHOS
“Ontem eu estava vendo televisão, zapeando, e vi o Guilherme dando entrevista e parei para ver na ESPN, onde se falou dos meus últimos trabalhos. Disseram que meu último bom trabalho no Botafogo, mesmo com problemas e salários atrasados fomos à Libertadores e fomos campeões. As pessoas só esquecem de dizer que era o segundo ano do meu trabalho no Botafogo, trabalhei em 2012 e 2013. Foram dois anos. Depois disso tive trabalho interrompido injustamente no Santos, ninguém entendeu nada, no Palmeiras e no Flamengo, ano passado, que fui para terminar a temporada, preparando, indicando nomes para 2016 e a duas rodadas de terminar o Brasileiro fui demitido sem explicações. Trabalhos de três, cinco ou seis meses não têm consistência mesmo. Eu acredito nos cinco anos de Japão com nove títulos, nos dois de Botafogo, com título e vaga na Libertadores. Quando há sequência, tempo para trabalhar, o Oswaldo ou qualquer outro vai conseguir resultado.Mas quando ingerências políticas interferem nenhum treinador será bem entendido. Por isso discuto muito essa coisa de que meus últimos trabalhos foram ruins.”

METAS
“Temos duas competições em que o Corinthians está dentríssimo. Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, com ampliação de possibilidades de Libertadores; Vamos tentar fazer com que a equipe, que vem desempenhando bem, atinja seus objetivos.”

COMO MELHORAR O SISTEMA DEFENSIVO?
“Estou vendo, numa transição, conversando com Fábio, Alessandro, Mauro, Fernando, com alguns jogadores, para ver o que podemos fazer melhor nesta questão defensiva, para melhorar. Vamos trabalhar. Mas trabalho no futebol tem que ter apoio, quem ama o clube não vaia, não descredibiliza. Temos que ir junto, como sempre foi, como no poderoso Timão.”

ELOGIOS A CARRILE
“O Fabio está muito bem recomendado para mim, primeiro porque é amigo de infância do meu grande amigo Fernando Diniz. É um elo inestimável. E uma pessoa que trabalha no Corinthians tem aspirações, e ele vai se tornar treinador aqui ou em outro lugar. Vamos fazer o Corinthians crescer juntos.”

MUDANÇAS DE 1999 PARA 2016
Vim do Qatar e de repente caí no gigante Corinthians para substituir o treinador da Seleção Brasileira, campeão brasileiro. Esse é o cenário. Claro que senti, fiquei tímido, demorei a desenvolver. Isso foi em 98, 99, quase 20 anos. A experiência, a desinibição, a coragem de enfrentar os problemas. É o que mudou.”

CONHECIMENTO DO ELENCO
“Conheço mais como adversário. O Léo Príncipe, por exemplo, nunca tinha visto jogar até esse ano. Conheço bem o Rildo, conheço o Danilo, tricampeão comigo no Japão, nunca vi alguém ganhar tanto título. O Marlone, o Cássio, Rodriguinho. Tenho uma ideia geral do elenco. Por isso que essa transição vai ter que ser muito justinha com o Fabio para tirarmos o que tiver de melhor na equipe nesse momento. Não pode haver separação, não podemos estancar o que vem sendo feito.”