Jô é apresentado no Corinthians e manda recado: “Vou mostrar meu valor”

Danilo Vieira Andrade

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O atacante Jô foi apresentado nesta quinta-feira no CT Joaquim Grava. Ao lado do diretor de futebol, Flavio Adauto, o novo camisa 9 do Corinthians falou sobre a emoção de retornar ao clube de coração, das mudanças em sua vida pessoal e da vontade de dar a volta por cima.

Entre outras coisas, Jô também falou do seu inicio no Timão, ainda aos 15 anos quando o técnico era Carlos Alberto Parreira. Ele falou da conversão ao cristianismo, da mudança de postura e da vontade de se reerguer na carreira. Segundo o camisa 9, a vontade será ainda maior no Corinthians em relação ao seu último clube no Brasil, o Atlético-MG.

CONFIRA OS PRINCIPAIS TRECHOS DA COLETIVA DE JÔ:

PRIMEIRAS PALAVRAS
“Primeiramente, queria agradecer a Deus por esse retorno, a minha esposa por esse período comigo e ao presidente, ao diretor e aos funcionários por me receberem de volta. Passa um filme na cabeça, a emoção vem forte. Nasci aqui no clube, cheguei com sete anos. Meu primeiro treinador foi Paulo Borges, tenho uma história no clube. Meu primeiro treino foi em 2002 com o Parreira, com 15 anos.”

ESTREIA NO PROFISSIONAL AOS 16 ANOS:
“Não era fácil estar entre grandes jogadores e com 16 anos estrear. Era um garoto, morava na periferia, soltava pipa e tive uma responsabilidade grande. Foi tudo rápido, depois fui para fora. Tive pessoas do meu lado que me ajudaram bastante, cometi erros como todos, mas tudo superado, estou de volta para minha casa, onde nasci e cresci. Espero dar o meu melhor.”

MUDANÇA DE VIDA:
“Quem me conheceu há muitos anos, conhece meu caráter, minha índole, às vezes no futebol você traça um caminho que não é correto. Aconteceu comigo e com muitos, dar uma deslumbrada. Encontrei Deus há dois anos, as coisas fora de campo se ajeitaram. Foram erros que reconheço, isso é importante. Superei, hoje sou a pessoa que eu era, só me desviei. Amigos e família do meu lado, sou feliz.”

“Estou mais concentrado, mais família. Não sou velho, tenho 29 anos, comecei com 16. Tenho muita vontade de dar a volta por cima e voltar a fazer gols, estou muito feliz”, completou.

SOLUÇÃO PARA 2017?
“Não sou o salvador da pátria, sou mais um jogador que chega para ajudar. Aqui tem grandes atacantes, tem o Gustavo com potencial muito grand,e jovem, 21 anos, bom jogador. Tem o Guilherme que faz bem essa função, tem o Romero. Sou mais um para brigar e ajudar. Mas claro que voltando após 11 anos, com experiência, a responsabilidade aumenta. Mas com sabedoria vou superar tudo isso.”

MUDANÇAS NO CORINTHIANS:
“Corinthians sempre foi grande onde se exige muito do jogador. O clube cresceu, tem uma estrutura que realmente é muito boa. Passei por clubes na Europa e poucos têm uma estrutura dessa. Antigamente tinha container, chuveiro gelado, mas o Corinthians é assim. Viver o dia a dia, estar de corpo e alma. A estrutura é maravilhosa.”

AJUDA AOS OUTROS JOGADORES:
“Como cristão, o que eu puder fazer pelas pessoas vou fazer. É bíblico, tem que ajudar o próximo. O que eu puder falar do amor de Deus vou falar. Mas vim para jogar. O que puder fazer para ajudar classificar, eu vou fazer.”

QUESTIONAMENTO POR PARTE DA TORCIDA E IMPRENSA:
“Difícil agradar a todos, nem Jesus Cristo agradou. Mas fiz 3 anos de contrato por merecimento também. Apesar de não jogar há três meses, desde 17 de julho não jogo partida oficial. Mas joguei uma Copa há dois anos, pode ser que alguns questionem, mas faço meu trabalho, me cuido mais, não estou tão abaixo fisicamente. Podem questionar, mas fizemos um bom contrato.”

“Tenho que mostrar meu futebol, o que sempre mostrei. Fora de campo não tenho de mostrar a ninguém, Deus sabe. Tenho que provar que vim fazer o melhor, gols, correr, me dedicar. Depois aceito as críticas. Mas vou mostrar meu valor”, completou.

COMPROMETIMENTO:
“É possível até mais (do que fez no Atlético-MG). Me cuido mais, alimentação melhor, tem que buscar mais. O Galo me levou a uma Copa do Mundo. Mas pretendo me dedicar até mais do que me dediquei no Atlético-MG.”

CONVERSÃO AO CRISTIANISMO:
“Foi no final de 2014, depois da Copa. Retornei ao Atlético-MG, não vinha fazendo bons jogos, tive problemas na vida pessoal, um tempo sem fazer gols. Tive férias, sozinho e comecei a refletir, encontrei Deus. Começo de 2015 fiquei feliz com a família, vi que poderia estar jogando a vida no lixo. E tudo voltou a ter uma direção. Foi no final de 2014 que reencontrei a paz fora de campo.”

CORAÇÃO CORINTIANO:
“Eu nunca neguei que sempre fui corintiano, desde pequeno, até esse tempo fora eu sempre torci. Quando caiu em 2007, eu estava na Rússia e fiquei triste. Minha esposa perguntou e eu falei que estava triste, era o clube do meu coração. Tive amigos aqui, nunca deixei e nem nunca vou deixar de ser torcedor. Isso marcou minha vida.”

Jô beija o escudo do Corinthians em apresentação | Foto: Carlos Ferrari | Globo Esporte