Cássio sonha em encerrar carreira no Corinthians e continuar trabalhando no clube

Danilo Vieira Andrade

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O foco do goleiro Cássio, ídolo do Corinthians e herói dos títulos da Libertadores e Mundial em 2012, mudou totalmente nesta temporada. Mais magro, o camisa 12 alvinegro recuperou a posição de titular, desistiu de uma possível transferência ao Grêmio e quer fazer, de novo, história pelo clube que o consagrou no Brasil.

Em entrevista ao Gazeta Esportiva, o goleiro corinthiano falou sobre a possibilidade de encerrar a carreira no Corinthians. O camisa 12 avalia com carinho a hipótese de ficar no Timão até sua aposentadoria e trabalhar no clube após isso. Ele usou o ídolo e ex-goleiro Ronaldo Giovanelli para falar sobre o assunto.

“Pretendo fazer o meu melhor no Corinthians. Tenho este e mais dois anos de contrato. Concluindo o contrato e mesmo não renovando – espero que dê para renovar sempre –, já terei um número muito bom de jogos e certamente conquistarei mais títulos. Esses caras que você citou jogaram no Palmeiras e no São Paulo, clubes grandes também, e são espelhos. Independentemente de serem rivais, a carreira que tiveram e o que fizeram por seus clubes foi algo impressionante. Assim como aquilo que o Ronaldo Giovanelli fez no Corinthians. Pô, ele jogou mais de 600 jogos pelo Corinthians, cara! E aqui é complicado jogar, viu [risos]?”, disse o camisa 12.

Cássio respondeu se gostaria de quebrar o recorde atual de Ronaldo. Pelo Corinthians, o ídolo e primeiro campeão Brasileiro pelo clube atuou em 602 partidas.

“Não tenho essa meta. Não falo: “Ah, quero bater o recorde de Ronaldo”. Não, cara. O objetivo é fazer o meu melhor. Espero que, daqui a algum tempo, digam: “Nos anos 2000 e alguma coisa, o Cássio jogou e fez o seu melhor pelo Corinthians. Na época dele, o Ronaldo fez o seu melhor”. Porque, na minha opinião, o Ronaldo é o maior goleiro da história do Corinthians. Falo isso por tudo o que passou. Ele pegou uma fase em que as equipes rivais, principalmente o Palmeiras, estavam muito fortes”, avaliou.

“Eu era muito novo, mas as histórias são contadas e vou atrás, procuro saber. O Ronaldo foi o primeiro goleiro campeão brasileiro pelo Corinthians. É um cara que tem uma história fenomenal. Para mim, é uma referência. Até busco lances dele na internet para assistir”, acrescentou o goleiro alvinegro.

Na sequência, Cássio falou sobre a possibilidade de virar funcionário do clube após encerrar a carreira dentro dos gramados. Ele não só confirmou, como citou os cargos que poderia trabalhar.

“Sinceramente, se continuar assim, a chance é grande, até porque já conheço bem o clube. Só não sei se seria dirigente [risos]”, brincou.



“Esse cargo é complicado. Talvez eu exerça uma função diferente. Se ficar no Corinthians, poderei trabalhar em uma área de treinamento de goleiro ou em uma de supervisão de categorias de base. Seria para tentar ajudar, sabe? De repente, auxiliaria na transição dos meninos da base para o profissional. São possibilidades bacanas”, avaliou o goleiro corinthiano. “Penso muito sobre isso. Não quero acabar a carreira e pensar: “O que vou fazer agora?”. Isso acontece muito com os jogadores”, concluiu.

Reserva de Walter em 2016 e pivô de algumas confusões recentes com o preparador de goleiros Mauri Lima, Cássio mudou o foco para a temporada. A alimentação balanceada é um dos segredos para ter voltado mais magro. A explicação do camisa 12 para isso tudo é o cuidado com o corpo e o objetivo de atuar em alto nível por muito mais tempo. Aos 29 anos, ele sabe que precisa de atenções diferentes com o corpo.

“Vai depender muito do desenrolar das coisas. Já estou fazendo um investimento em mim mesmo ao me cuidar fora de campo, controlando a alimentação. A gente treina muito. Então, estando bem fisicamente, a tendência é ter poucas lesões e jogar mais tempo em alto nível. E, tipo, ainda não cheguei ao auge, à minha melhor fase”, argumenta, para explicar quando será o seu auge. “É claro que consegui títulos importantes, a Libertadores e o Mundial, mas eu ainda era um goleiro inexperiente em 2012. E, para falar a verdade, quem me levou à frente foram os caras mais experientes que tínhamos aqui. Foram eles que me ajudaram nessa transição. Antes, eu não tinha essa voz ativa de hoje, até porque aqueles caras estavam aqui. Eu estava chegando. Hoje, dou continuidade ao que o Alessandro fazia, tentando ajudar todo o mundo com a minha liderança”, afirmou.