Mascarados, Maycon e Gabriel concedem entrevista no CT Joaquim Grava

Danilo Vieira Andrade

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Os entrevistados do dia no CT Joaquim Grava na tarde desta quinta-feira apareceram na sala de imprensa de uma maneira diferente. Vestidos com máscaras um do outro, Maycon e Gabriel entraram na brincadeira criada pelo Corinthians pouco antes da coletiva.

Entre outras coisas, os volantes responderam sobre a polêmica da expulsão de Gabriel na vitória sobre o Palmeiras, do árbitro Thiago Peixoto e dos jogadores palmeirenses que não ajudaram o juiz a mudar de opinião.

Gabriel também falou de Tchê Tchê, volante palmeirense que o chamou de traíra na noite da partida quando participava de uma Live com Moisés, também volante alviverde. Ele ainda comentou a provocação que fez ao ex-time na Live de Kazim e da suspensão pelo TJD do cartão vermelho recebido no clássico.

Maycon e Gabriel aparecem mascarados na sala de imprensa | Foto: Bruno Cassucci/Lance!

O site Timão do Povo separou os principais trechos da coletiva e a fala de cada um dos atletas. Você confere abaixo:

GABRIEL FALA…

MOMENTO DA EXPULSÃO
“No momento que o árbitro me deu o amarelo e depois o vermelho tentei manter a calma, tinha certeza que ele iria voltar atrás, que outras pessoas iriam ajudá-lo a tomar a decisão. Muita gente falou que não tinha sido eu, mas ele bateu o pé e não mudou de decisão. Eu não esperava que ele iria continuar com aquela decisão absurda, porque eu estava muito longe. É um erro grave, mas o Thiago é humano, pode errar. Só que ele nos prejudicou, não podemos falar o contrário.”

“Até sentei no gramado, falei que não iria sair e prejudicar a equipe. Nunca tinha sido expulso na carreira. Em várias partidas tomei amarelo no primeiro tempo e joguei o restante tranquilo, mantendo meu estilo de jogo. Mas, depois, saindo de campo caiu a ficha e vi que ele não voltaria atrás. Foi quando até esbravejei, chutei o chão, a placa de ferro, peço desculpas para as pessoas da imprensa que estavam ali. Eu estava indignado”, completou Gabriel.

RELAÇÃO COM JOGADORES DO PALMEIRAS
“Relação tranquila. Como sempre venho dizendo, eu defendo o Corinthians. Amizade à parte, negócio é outra coisa. Vou defender a camisa do Corinthians com unhas e dentes como sempre fiz, vimos a rivalidade que é, não de ontem, mas sempre teve esse jogo pegado e truncado no centenário. Minha relação com os outros jogadores de lá é totalmente profissional. Como disse, estou feliz aqui, meus companheiros hoje são do Corinthians.”

SUSPENSÃO DO CARTÃO VERMELHO
“Fiquei feliz, esperava isso, foi uma situação absurda. Estou preparado para jogar, vamos ver como o Fábio vai armar a equipe para enfrentar o Mirassol, será uma decisão, uma equipe que vem fazendo grandes jogos. Temos que trabalhar forte, concentrados para fazermos uma grande partida.”

JOGADORES DO PALMEIRAS INFLUENCIANDO O ÁRBITRO A ERRAR
“A gente sabe que no futebol brasileiro tem essa questão, jogo estava 0 a 0, fica até um pouco pesado para o adversário falar algo pois o jogo estava empatado. Não os culpo por isso, a responsabilidade era do quarteto de arbitragem. Mas a equipe foi guerreira demais, deu gosto de ver o Corinthians jogar, fechado, maduro, superou minha ausência. A torcida inflamou de uma maneira que ainda não havia acontecido esse ano, vimos que eles estão do nosso lado sempre. Foi maravilhoso, dos males que vêm para o bem. Fomos premiados pelo gol do Jô, não só ele, mas todos nós saímos recompensados.”

PROVOCAÇÃO DE TCHÊ TCHÊ
“Não sabia, fiquei sabendo hoje, deixo isso para consciência dele. Estou bem tranquilo e feliz com a vitória. Os jogadores brasileiros tem que rever algumas coisas, alguns conceitos. Há dois meses aconteceu uma tragédia com a Chapecoense, em termos de a paz no futebol, o respeito que tem que ter um com o outro. Mas isso vai da consciência de cada um, estou bem tranquilo e feliz. Vou defender o Corinthians com unhas e dentes, vou defender esse clube.”

PROVOCAÇÃO AO RIVAL NA LIVE DE KAZIM
“Ali é um momento de felicidade do grupo, uma coisa interna. Queria até aproveitar e falar que tenho um respeito grande pelos clubes que passei na carreira. Sou um dos primeiros a chegar e último a sair, dou minha vida em campo. Defendi todos os clubes com lealdade. Hoje, meu xará, eu jogo no Corinthians. Tenho novos amigos aqui e o que for preciso para defender esse clube vou fazer.”

A VITÓRIA É UM CALA A BOCA À IMPRENSA?
“Não um cala a boca, porque imprensa e torcida formaram isso. Nós sempre trabalhamos, conversamos com vocês de maneira aberta, respeitosa. Até a gente viu por parte de alguns comentaristas coisas pesadas sobre nós, desacreditando muito. Isso nos fortalece, aquele pique a mais dentro de campo não é para provar para ninguém, é porque estamos convictos que estamos no caminho certo. O Carille vem passando uma confiança e uma tranquilidade grande, a gente sabia que iria vencer. Tem que tirar o chapéu para o Carille pelo trabalho que ele faz.”

O QUE FALARIA PARA O ÁRBITRO HOJE?
“Diria para ele esfriar a cabeça, como disse, ele é humano, pode errar. Mas ele pode melhorar, até vi o depoimento dele, que ele queria continuar o trabalho. Acredito que ele vai continuar, quem sou eu para dizer que o Thiago tem que parar de apitar. Eu não posso falar isso. Para ele ficar tranquilo, rever o que errou e eu seguir minha vida também. A vitória veio em um momento que apagou esse erro gravíssimo que aconteceu. Agora é vida que segue.”



MAYCON FALA…

COMO FOI JOGAR O CLÁSSICO?
“Vivi momento mágico, jogar um Dérbi como esse é indescritível. Sai daqui falando que ia voltar melhor. Fiz meu melhor na Ponte, e poder voltar num clássico desse é o sonho para qualquer jogador do Corinthians. Todos os clássicos são importantes, mas contra o Palmeiras tem algo a mais. Graças a Deus consegui corresponder à altura.”

JOGADORES DO PALMEIRAS ERRARAM AO INFLUENCIAR O ÁRBITRO?
“O banco do Palmeiras viu. É dignidade como o Tite sempre falava, o Fabio também fala isso, sobre ser leal. Se o jogo fosse 11 contra 11 talvez não fosse assim. Vai da cabeça de cada um, fomos recompensados.”

LANCE DO GOL…
“Quando o Arana afastou a bola, ela quicou. No gramado a Arena ela desliza. Eu pensei que iria chegar, pelo menos para dar uma abafada. Acho que ele sentiu que eu faria a falta, então dei um toquinho e contei um pouco com a sorte.”

RETORNO AO CORINTHIANS APÓS TEMPORADA NA PONTE PRETA
“Eu saí para me preparar. Fui feliz ontem, não só eu, mas o grupo. Compramos a ideia de jogar não só pelo Gabriel, expulso, mas pelo Camacho também (que perdeu o pai). Quando alguém errava, outro estava na cobertura, um se doando pelo outro. Isso eleva o futebol de todos. Quando o time está bem, é difícil alguém jogar mal, um vai dando força para o outro. Fomos nos desdobrando e conseguimos o resultado”

“Até pela necessidade do clube está se abrindo uma porta grande para nós, jogadores da base. Quando subi, chegaram outros jogadores, encheram o grupo… Mas sim, a porta está aberta, temos que mostrar no dia a dia que merecemos espaço, chance, sei que é difícil, tem jogadores de qualidade e rodagem, mas temos de aproveitar as oportunidades e mostrar que podemos lidar com a pressão, completou.

SONHA EM SER ÍDOLO?
“Isso vem com trabalho, resultados, títulos. Quando vesti a camisa do Corinthians falei que ia me doar ao máximo para corresponder ao investimento e a oportunidade que está sendo dada a mim. Sobre ser ídolo, isso a gente tem que deixar para o torcedor. A gente só se torna ídolo ganhando títulos importantes. Está sendo um início ótimo, maravilhoso, venho tendo boas atuações… Quero melhorar para, aí sim, ganhar títulos e entrar para a história.”