Uma enorme polêmica se iniciou nesta sexta-feira após declarações do presidente do sindicato dos árbitros do estado de São Paulo, Arthur Alves Júnior. Em coletiva, ele defendeu o árbitro Thiago Peixoto, responsável por erro grave no clássico entre Corinthians e Palmeiras ao expulsar equivocadamente o volante Gabriel. O dirigente atacou Roberto de Andrade, presidente do Timão.
“Nós estamos atentos à aplicação das punições. A gente fica muito indignado quando um presidente de um clube, à véspera de um impeachment, dá uma declaração que não aceita desculpas de um árbitro, crucificando o árbitro. Um presidente que há dois dias atrás estava quietinho, no seu lugar, a ponto de ser o primeiro presidente de um grande clube a ser deposto. E aí vem com uma crítica para cima do árbitro. Ele se equivocou, ele tem que passar por um treinamento, mas nós não podemos crucificar o árbitro da forma que está sendo feito”, disparou.
“Foi uma declaração, no mínimo, infeliz. Ele não é Deus para desculpar ou não alguém. Ele tem que cuidar do clube dele, e eu cuido do meu associado”, completou o presidente da SAFESP antes de argumentar sobre a punição que será dada ao árbitro. “Todo mundo erra. Não tem que ter afastamento, o árbitro tem de apitar, ele fora é pior ainda. Tem que fazer esse trabalho técnico, de rever o posicionamento e tem que atuar em outros campeonatos ou outras categorias. Quanto mais o árbitro apita, melhor fica. É assim com toda profissão. Estou conversando com o presidente do TJD-SP Tribunal de Justiça Desportiva), Antonio Olim, e vamos acompanhar esse processo”, acrescentou.
Roberto de Andrade se irritou muito com as declarações de Arthur Alves e detonou o presidente da SAFESP. Em participação no programa Fox Sports Rádio, do canal fechado Fox Sports, o mandatário respondeu.
“Ele tá muito mal informado porque disse que não eu não tinha legitimidade moral e ética para falar pelo Corinthians. O processo foi arquivado. Eu sou o presidente do Corinthians e ele sabe disso”, iniciou.
“Quero saber o que eu falei demais em criticar o juiz merecidamente. Não pelo erro, mas pela arrogância, por insistir no erro, bater no peito e dizer: ‘sei que estou fazendo’. Errar faz parte, todos erram. Agora, ser prepotente, arrogante, e manter sua decisão mesmo sendo avisado pela quarto árbitro, seu assistente, todos atletas do Corinthians, e ele bater no peito e achar que tá certo, desculpa, tem que ser punido e muito bem punido, para aprender a ser humilde. Essa é minha opinião. Qualquer punição é pouca para o que ele fez”, acrescentou Roberto.
Perguntado sobre o que teria acontecido em Itaquera caso o Timão não tivesse vencido o clássico, Roberto mostrou-se preocupado.
“Se tivéssemos perdido, coisa boa não teria acontecido (na Arena Corinthians). Agora vir falar que estava chorando no vestiário, que conversa é essa? coisa de criança pô. Arrogante, prepotente, é isso que ele é, pô”, disparou.
“Ele tem que ficar preocupado com o sindicato dele, não com o que presidente do Corinthians falou. Quem é ele para falar de ética. Ele saiu da Federação Paulista por assédio sexual e vem falar comigo de ética? desculpa, desculpa”, lembrou Roberto.
Roberto também comentou a falta de preparo dos árbitros. Segundo o sindicato, as condições de Thiago Peixoto para chegar à Arena Corinthians não foi das melhores. Ele teria ido de metrô para o estádio e sob chuva.
“Ele tá de brincadeira (em falar que o árbitro pegou metrô para chegar ao estádio) então o brasileiro tá perdido. Ele é de açúcar para não tomar chuva?”, questionou.
Por fim, Roberto deixou claro que não questiona o erro da arbitragem, mas sim a arrogância do profissional, que segundo ele, recebeu auxílio externo e não quis mudar sua opinião.
“Eu não estou falando do erro, estou falando que ele foi avisado do erro. Todo mundo avisou ele e ele continuou insistindo. É querer confusão. Não estamos falando de erro, estamos falando de atitude”, avaliou, antes de responder sobre temer represália da Federação Paulista de Futebol (FPF). “Não temo represália, que represália? é a minha opinião sobre essa pessoa, sobre a arrogância e prepotência do árbitro durante o jogo. Eu estou chateado com a arrogância e prepotência de não aceitar a opinião de ninguém, auxiliares dele falando que ele estava errado e ele não deu atenção. Teve todas as oportunidades do mundo em voltar atrás sem problemas nenhum, ele tava apitando bem o jogo”, finalizou Roberto.