Jô retornou ao Corinthians com desconfiança dos torcedores e também da imprensa. O jogador carregava a fama de baladeiro e indisciplinado. Adjetivos negativos que se somam às altas cifras que custa o camisa 7 do Timão. O artilheiro dos clássicos recebe cerca de meio milhão de reais por mês no Parque São Jorge. Contudo, o que realmente se concretizou foi a boa forma do jogador, que é o artilheiro da equipe no Brasileiro com quatro gols marcados.
Em entrevista ao UOL Esporte, o centroavante do alvinegro citou a passagem vitoriosa que teve com o Atlético-MG. Além de lembrar a conquista, Jô comentou as diferenças do técnico Cuca, com quem trabalhou no Galo, com Fábio Carille, atual comandante do Timão.
“Naquele time do Atlético [MG], a gente deu certo no começo e foi até o fim assim. O Cuca até brincava na preleção e perguntava quantas primeiras bolas eu ia ganhar pelo alto. Tinha média de 10 ou 12 por jogo. Tardelli, Bernard sabiam que eu ia ganhar e deu certo. Hoje, com Fábio, o estilo é muito diferente. Sei jogar com os pés, não sou aquele cara tão burro, consigo jogar, me adaptei bem no estilo de tabelas rápidas, triangulações. São estilos. Gosto dos dois treinadores, Cuca me ajudou muito, me acolheu na época que mais precisava, me fez voltar ao cenário mundial, Fábio me ajudou a retomar de novo, como homem. São dois estilos, gostei muito do Cuca, adorei e amo jogar aqui e esse modelo do Fábio”, explica.
Cria do terrão do Corinthians, Jô nunca escondeu que, além de defender o clube do Parque São Jorge, sempre foi torcedor do Timão. Adepto este que foi ao estádio ver o Corinthians ser campeão, mesmo a contragosto do pai.
“A primeira lembrança fora do estádio é da final de 1998 [Brasileirão]. Nessa final, lembro muito bem de um jogo fantástico contra o Cruzeiro no Mineirão e depois no Morumbi. Esses jogos me marcaram muito. Em 1999, já no estádio. O meu pai não queria me deixar ir para o estádio e acabei indo, fomos campeões [brasileiros contra o Atlético]. São coisas que vêm bastante na minha memória como torcedor, porque sempre fui e não escondo isso. Amanhã posso estar em outra equipe, mas nunca vou me esquecer da equipe que me projetou no futebol”, concluiu.