Kazim dá show de humildade, enaltece Jô, mas avisa: “Eu quero jogar mais”

Danilo Vieira Andrade

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Talvez a figura mais carismática do atual elenco corintiano, o atacante Kazim, inglês naturalizado turco, concedeu rara entrevista na tarde desta terça-feira no CT Joaquim Grava.

Entre outras coisas, o atacante falou da cobrança da torcida pelos últimos rendimentos quando tem entrado durante as partidas, elogiou a ótima fase do atacante Jô, mas afirmou que trabalhar forte para jogar mais.

“O Jô está em boa fase. Quando joga por um grande time, tem muita competição. Agora o Jô está muito bem, fazendo muitos gols e sendo importante. O meu objetivo pessoal é ajudar meu time também. Como fala no Corinthians: treino é jogo, e jogo é guerra. O Jô está muito bem, e amanhã vou ter oportunidade para ajudar meu time. É um jogo muito importante, porque imagina ganhar o Brasileirão e a Sul-Americana? É bom, né?! (risos)”, disse.

“Eu não estou acostumado com isso, sempre joguei nos outros times. Eu quero jogar todo jogo, todo jogador quer isso. Mas o Jô está muito bem agora, tenho respeito por isso, treino forte… Eles ganhando eu ganho também. Acho que é o primeiro ‘inglês turco’ que tem a oportunidade de ganhar campeonato. Pessoalmente, fico bravo e triste porque não jogo. Mas não tenho argumento, a fase do Jô é muito boa. Entrar faltando alguns minutos é difícil fazer gol, mas tenho que treinar mais. O Carille é uma pessoa muito boa e um bom treinador também”, completou o inglês.

Carille também falou da importância em ajudar a equipe. O atacante comentou o excesso de jogos do calendário brasileiro, da cobrança da torcida, da relação com Fábio Carille e mais.

CONFIRA ABAIXO OS PRINCIPAIS TRECHOS:

GOL É IMPORTANTE?
“Para mim, quero muito fazer um gol. É importante ganhar o jogo. Depois, se puder fazer ou dar assistência… Por exemplo, se eu tiver na frente do gol e o Marquinhos tiver mais chance de fazer, eu toco”.

DIFERENÇA DO BRASIL PARA A EUROPA
“Aqui tem muita coisa diferente: viagens, muitos jogos, não para quando a seleção joga, todo dia treina… É muito diferente. Acho que por isso que o Brasil tem muitos bons jogadores. Rodriguinho e Jô já têm 40 jogos agora. Para mim, com 40 jogos o campeonato já acabou. Para mim essas coisas são diferentes. Futebol em todo país tem coisas diferentes. Meu filho fala: ‘pai, você chega no Brasil e não fica em casa’. Eu respondo que um dia ele vai entender, é o trabalho. Mas gosto de jogar aqui, o campeonato é competitivo”.

COBRANÇA DA FIEL
“Acho que toda torcida cobra gols, porque sou atacante. Eu entendo eles, porque também fico bravo quando não fazem gols (risos). Gosto dessa pressão. Eu tenho carisma porque é minha personalidade, não porque eu forço para isso”.

RESERVA E ESCASSEZ DE GOLS
“Se eu puder, faço 100 gols, sem problema (risos). Acho que ajudo meu time quando entro. Quando joga sete ou oito minutos é difícil. Não tenho problema com isso porque o Jô está muito bem. Como posso ficar bravo com o Carille? Não pode. Eu quero jogar, mas tenho que esperar. Fico bravo, mas é o futebol”.

PODE SER TITULAR?
“Isso é com o treinador, você tem que perguntar ao Carille. Tenho que trabalhar. Meu trabalho é treinar, eles pagam meu salário para isso. Preciso vir treinar. Se o Carille gosta, ele vai me colocar. Para mim o Jô é o melhor atacante agora no campeonato”.

PARENTES NA EUROPA PERGUNTAM SOBRE O CORINTHIANS?
“Eles perguntam: ‘vocês jogam?’ E eu falo que não (risos). Agora é sério: eles falam desse momento muito bom. Meus amigos perguntam se o campeonato está no fim, mas digo que ainda tem seis meses. Tenho muitos amigos que são fãs agora do Corinthians. Eu preciso mandar camisas para a Inglaterra. Esse momento é muito bom”.