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Sócrates é o símbolo da democracia corinthiana |
Por: Danilo Vieira
Vou fazer uma espécie de desabafo por aqui. Há alguns anos venho me decepcionando com o comportamento de alguns torcedores do Corinthians. Especialmente aqueles intolerantes, agressivos e que não entenderam que o esporte é união e não segregação.
Confesso que algumas coisas que acontecem na arquibancada me incomodam. Os gritos homofóbicos, por exemplo, é uma dessas coisas. É bem verdade que nem sempre tive essa opinião, mas a gente evolui e amadurece durante a jornada e entende que as coisas funcionam de outra maneira: é preciso respeitar as pessoas.
O Corinthians sempre foi o clube que agregou. Nunca foi apenas um time de futebol, mas sempre um exemplo fora das quatro linhas. Na década de 1980, interferimos com nossos craques diretamente nos rumos políticos do país. A famosa ‘Democracia Corinthiana’ virou espelho de um Brasil próspero e livre, sem censura e com responsabilidade. Nossas estrelas, casos de Casagrande, Sócrates, Wladimir e companhia, subiam em palanques e discursavam sobre todas as mazelas da sociedade. Foi incrível, talvez, meu maior orgulho como torcedor alvinegro.
Dito isso, tenho que parabenizar a maioria esmagadora dos torcedores que impediram a contratação do atacante Juninho, do Sport, acusado de agredir a ex-namorada. Num mundo sério e justo, não existe espaço para esse tipo de comportamento.
Concordo que todos nós merecemos uma segunda chance, mas o momento vivido pelo Brasil pede um basta. São dezenas de mulheres mortas todos os dias por homens problemáticos. Isso precisa acabar. O exemplo também tem que vir do esporte.
Tenho certeza que onde quer que esteja, Sócrates está orgulhoso de vocês.
E quem sou…mas eu também estou.