Foto: Agência Corinthians |
A Caixa Econômica Federal avisou o Corinthians extrajudicialmente que vai executar a dívida de R$ 487 milhões referentes ao financiamento da obra do estádio alvinegro. A informação é do jornal “O Globo”.
O banco estatal emprestou R$ 400 milhões ao Corinthians para a construção da Arena em Itaquera. O clube paulista pagou R$ 175 milhões até o momento, mas por conta de juros e correções, a Caixa estipula que a dívida do Timão gira em torno de R$ 487 milhões.
Através de nota oficial, o clube alvinegro mostrou revolta com a decisão do banco estatal. “Como não houve interrupção do diálogo e tudo caminhava para um acordo mutuamente vantajoso, não há como compreender o gesto intempestivo, que sequer foi previamente comunicado à agremiação”, diz trecho do comunicado.
O acordo entre Caixa e Corinthians prevê duas garantias financeiras que o banco estatal recebeu de Corinthians e Odebrecht, construtora responsável pelas obras da Arena, são eles: um documento assinado pela Odebrecht chamado Equity Support Agreement (ESA), onde a mesma se dispõe a cobrir os valores numa eventual cobrança da Caixa. A segunda garantia é parte do terreno do Parque São Jorge, essa opção, porém, ficará muito tempo em juízo. A direção do Timão já avisou que vai recorrer na justiça.
Pedro Guimarães, presidente da Caixa, se manifestou sobre a execução da dívida e negou qualquer perseguição ao Corinthians. “Não há nenhum beneficio ou “perseguição”. Mas se a Caixa não recebe e não tem renegociação, ocorre a cobrança de garantias. A execução é natural, disse.
VEJA NOTA OFICIAL:
O Sport Club Corinthians Paulista informa que enquanto finalizava negociações com a Caixa para um reperfilhamento do financiamento da Arena – processo iniciado nos primeiros dias da atual gestão — foi surpreendido por uma notificação extrajudicial alegando que diversos procedimentos prescritos pelo atual contrato não estariam sendo cumpridos.
Esta mudança de atitude não encontra respaldo na realidade dos fatos. Um acordo preliminar de adequação do contrato ao fluxo de caixa efetivo da Arena havia sido negociado há quase um ano, mas ficou suspenso pela perspectiva da iminente troca de comando da Instituição, à espera da orientação da nova gestão. Desde então, os compromissos vinham sendo honrados, como se os termos do acordo preliminar estivessem vigendo.
Além dos ajustes financeiros, a Caixa requeria a implantação de procedimentos administrativos com os quais o clube esteve sempre de acordo e cuja implementação dependia, como depende, de procedimentos dentro da Caixa até hoje não especificados definitivamente.
Assim, tanto no plano financeiro como no administrativo, o clube sempre se pautou por total transparência quanto à sua atuação operacional e subordinação inconteste a um processo de pagamentos compatível com a realidade financeira do mercado esportivo atual.
Como não houve interrupção do diálogo e tudo caminhava para um acordo mutuamente vantajoso, não há como compreender o gesto intempestivo, que sequer foi previamente comunicado à agremiação.
Ao contrário de inúmeras outras arenas que receberam da mesma linha de financiamento, o clube nunca repudiou sua dívida nem deixou de dialogar com o repassador destes recursos, a CEF, quando dificuldades transitórias se interpunham. Se a CEF escolheu trocar a rota da negociação pela do confronto, não cabe ao clube outro recurso senão defender na Justiça seus direitos.
O clube continua aberto a voltar à mesa de negociação, se a Caixa optar por prosseguir a trajetória amigável que juntos vínhamos construindo até aqui.”
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