Sócrates era agente político atuando pelo Corinthians
No último domingo, a Gaviões da Fiel, uma das principais torcidas organizadas do Corinthians, se uniu a outras torcidas, inclusive de clubes rivais, para protestar na Avenida Paulista, em São Paulo. O motivo principal do protesto era o mesmo: defesa da democracia e contra posicionamentos do presidente Jair Messias Bolsonaro (sem partido).
O movimento gerou quebra-quebra quando um opositor com referências nazistas provocou os manifestantes. Tal ação da torcida dividiu os corinthianos Brasil a fora, não apenas pelo apoio ou não a Jair, mas também pelas estratégias do protesto.
Os jogadores do Corinthians pouco falaram sobre o assunto. Do elenco principal, ninguém se pronunciou contra ou a favor dos movimentos. Isso gera uma questão: atletas de futebol não se posicionam mais politicamente? Nós separamos algumas histórias para discutir o assunto. Confira!
O engajamento da Democracia Corinthiana
A ‘Democracia Corinthiana’ foi um movimento iniciado no clube no começo dos anos 1980, enquanto o país ainda vivia sob o regime ditatorial dos militares. No Corinthians, os jogadores se organizaram para decidirem juntos as ações do time, desde se concentrar até a quantidade de treinamentos. Os principais líderes do momento foram Sócrates, Walter Casagrande e Wladimir.
O trio, inclusive, era bem engajado na política. Casagrande, o ‘maluco beleza’, era expoente do rock e da contestação aos poderes. Sócrates era um pensador nato, não apenas no nome, sempre trazendo as discussões políticas para o meio do futebol. Os jogadores, inclusive, participaram ativamente no movimento das ‘Diretas Já’, que lutavam pela redemocratização do país.
A era ‘Lula’
Já no início dos anos 2000, a relação entre Corinthians e poder público se estreitou novamente. Corintiano assumido, o ex-presidente Luís Inácio ‘Lula’ da Silva sempre mostrou um certo contato com o time. Constantemente em eventos e comemorações de título com os atletas, transmitia o apoio aos jogadores.
Não há grandes casos de apoio público, principalmente por conta das redes sociais que ainda não eram realidade em 2002. Porém, podemos falar de um certo bom relacionamento entre Lula e os times do Corinthians que se sucederam durante praticamente toda a primeira década do século.
A era Bolsonaro
Em 2018, a eleição de Bolsonaro dividiu a população entre apoiadores e críticos ferrenhos do candidato. Dentro do Corinthians, Jadson se demonstrou como um eleitor do presidente, o mesmo ocorreu com Roger, ex-atacante do clube na época. Não houve nenhum movimento organizado ou mais profundo sobre o tema, apenas declarações de apoio.
Fora do jogo político de partidos, outros jogadores do Corinthians já se engajaram em questões diferentes da sociedade. Júnior Urso, que passou pelo time em 2019, tratava bastante do racismo, principalmente no meio do futebol. O mesmo com Gabriel, volante que constantemente aborda o assunto em suas redes sociais.
E você: concorda ou não com o posicionamento dos atletas? Comente!