O portal É o Time do Povo relembra neste artigo os dez títulos mais marcantes da história do Corinthians.
O fim da fila em 1977, os mundiais de 2000 e 2012 e a Libertadores foram conquistas que nunca mais sairão da memória dos torcedores alvinegros. Vamos relembrar como foram essas conquistas.
1977 – Fim da fila
Considerado por muitos como o título mais importante do Corinthians, o Campeonato Paulista de 1977 colocou fim na maior sequência sem conquistados do Time do Povo. Foram quase 23 anos de espera desde 1954 para poder desentalar o grito de campeão.
Após se classificar na primeira fase, o Timão, que tinha como técnico Oswaldo Brandão, disputou quadrangular com o São Paulo, Guarani e Portuguesa, e ficou em primeiro, garantindo a vaga na final contra a Ponte Preta, vencedora do outro quadrangular.
A final foi disputada em três jogos. O Corinthians ganhou a primeira partida por 1 a 0, gol de Palhinha. No segundo jogo, deu Ponte: 2 a 1, com Vaguinho marcando o tento corinthiano.
Na finalíssima, no Morumbi, com público de quase 90 mil pessoas, no histórico 13 de outubro, o Corinthians conquistou o campeonato estadual e encerrou o jejum. Um a zero, com gol chorado de Basílio aos 36 minutos do segundo tempo colocou fim à fila de 23 anos.
1983 – O bi da Democracia Corintiana
Outro título marcante na história do alvinegro paulista é o bicampeonato Paulista em 1983, conquistado pelo time da Democracia Corinthiana. Comandados pelo técnico Jorge Vieira, o elenco que tinha Sócrates, Casagrande, Wladimir, Zé Maria, Biro-Biro e companhia vinha de título em 1982 em cima do São Paulo.
Na edição de 1983, não foi diferente. O Corinthians classificou-se para a segunda fase do Estadual, e garantiu vaga na fase final ao ficar em primeiro em grupo com Santos, Ponte Preta e São Bento.
Na semifinal, o Timão eliminou o Palmeiras após empate em 1 a 1 e vitória por 2 a 0. Na decisão, o time de Parque São Jorge derrotou o São Paulo outra vez.
Sócrates fez o gol da vitória de 1 a 0 no jogo de ida e o gol do empate de 1 a 1 do jogo de volta. Foi o primeiro bicampeonato do Corinthians depois de sair da fila em 1977.
1990 – O primeiro Campeonato Brasileiro
A primeira vez a gente nunca esquece. O primeiro Campeonato Brasileiro do Timão, em 1990, em cima do São Paulo, é inesquecível. Com um time comandado por Nelsinho Baptista, que não figurava entre os favoritos, liderados por Neto, autor de nove gols, o Corinthians foi encorpando durante a competição.
Na primeira fase, o alvinegro ficou em segundo lugar no grupo A com dez equipes, mas já na segunda fase terminou em sexto, ficando em sétimo na classificação geral, o que garantiu vaga nas quartas de final.
Contra o time de segunda melhor campanha, o Atlético-MG, o Timão venceu na ida por 2 a 1 – dois gols de Neto – e segurou o empate sem gols para avançar. Na semifinal, outra pedreira, o Bahia, de terceira melhor campanha. O roteiro se repetiu: vitória em casa por 2 a 1, com um gol de Neto e outro contra, e empate fora.
A final foi contra o São Paulo, que chegava à terceira final consecutiva de Campeonato Brasileiro, e dono da quarta melhor campanha, com dois jogos no Morumbi. Na primeira partida, Wilson Mano garantiu a vitória corinthiana, com o único gol do jogo. No jogo de volta, 1 a 0, gol de Tupãzinho.
1995 – O Paulista em cima do Palmeiras
Conquistado no interior, no estádio Santa Cruz, em Ribeirão Preto, onde aconteceram as duas finais, o Campeonato Paulista de 1995 tem valor afetivo e marcou muitos corinthianos por diversos fatores. Um deles por ser o ano em que a Gaviões da Fiel também foi campeã do Carnaval de São Paulo.
Outro motivo é o troco no Palmeiras, que havia batido o Timão em três finais seguidas nos últimos dois anos. Depois de ficar em sexto lugar na primeira fase, o Corinthians garantiu vaga na final ao vencer quadrangular contra Portuguesa, Santos e União São João.
Na final, o time comandado por Eduardo Amorim que tinha Marcelinho Carioca como o maior destaque, além de nomes como Célio Silva, Zé Elias, Marques e Viola enfrentaria o Palmeiras. O jogo de ida terminou em 1 a 1, com gol de Marcelinho para o Corinthians e o alviverde igualando o marcador já nos acréscimos.
No jogo decisivo, o Palmeiras saiu na frente, mas Marcelinho empatou em bela cobrança de falta. O jogo foi para a prorrogação e faltando sete minutos do fim da etapa complementar, Elivélton marcou um golaço de fora da área, levando a Fiel à loucura. O Corinthians voltava a vencer um Paulista após sete anos.
2000 – O primeiro Mundial
O título do primeiro Mundial de Clubes do Corinthians, no ano de 2000, coroa uma sequência de um dos melhores times ofensivos da história do clube. Espinha dorsal formada por um meio-campo com Vampeta, Rincón, Marcelinho e Ricardinho, com Edilson e depois Luizão no ataque, e a chegada de Dida no gol.
Comandado por Oswaldo de Oliveira, o Timão era o atual bicampeão brasileiro, com conquistas incontestáveis em cima de Cruzeiro e Atlético-MG, em 1998 e 1999. A conquista nacional garantiu vaga ao Corinthians no Mundial de 2000, disputado no Rio de Janeiro, com Vasco, Real Madrid e Manchester United.
O Corinthians venceu o Raja Casablanca, do Marrocos, na estreia, por 2 a 0 com gols de Luizão e Fábio Luciano. Dois dias depois, empatou em 2 a 2 com o Real Madrid. Edílson marcou os tentos do duelo, um deles após drible desconcertante e histórico em cima de Karembeu. Dida ainda pegou um pênalti de Anelka.
No último jogo da primeira fase, Ricardinho e Rincón marcaram os gols contra o Al Naser, da Arábia Saudita. O Corinthians terminou em primeiro lugar e garantiu vaga na final, eliminando o Real Madrid. A decisão seria em jogo único contra o Vasco da Gama, que eliminou Manchester United, Necaxa e South Melborne.
Contra um Vasco estrelado com Juninho, Romário, Edmundo e Viola, o jogo foi equilibrado e terminou sem gols. Na prorrogação, o empate persistiu e a disputa foi para as penalidades. Marcelinho errou sua cobrança, mas Dida defendeu pênalti de Gilberto. Rincón, Fernando Baiano, Luizão e Edu converteram para o Timão. Edmundo precisava fazer para manter o Vasco vivo, mas bateu para fora, coroando o alvinegro paulista.
2009 – Paulista Invicto
O título invicto do Campeonato Paulista de 2009, após seis anos sem vencer a competição, é simbólico por representar o renascimento do Corinthians após ser rebaixado pela primeira vez em sua história e voltar para a primeira divisão do futebol nacional, sob o comando do técnico Mano Menezes.
Já com uma boa base do time campeão da Série B em 2008, o Corinthians surpreendeu o mundo ao contratar Ronaldo Fenômeno, fora de forma e já mais velho, uma incógnita no futebol na época. Ronaldo caiu como uma luva no time que tinha Chicão, André Santos, Cristian, Elias, Douglas, Dentinho e Jorge Henrique.
Na primeira fase daquela Paulistão, o Corinthians ficou em terceiro. Ronaldo marcou seu primeiro gol em empate contra o Palmeiras em Presidente Prudente, no fim do jogo, de cabeça. Na semi, marcou contra o São Paulo no jogo de volta após um pique que lembrou os velhos tempos. Douglas fez o outro gol da vitória de 2 a 0. Na ida também deu Timão, 2 a 1, gols de Elias e Cristian, este no último lance do jogo, no Pacaembu.
A decisão foi contra o Santos, na primeira final da carreira de Neymar, que tinha 16 anos na época. No jogo de ida, na Vila Belmiro, Ronaldo fez história. Com dois golaços, o segundo deles uma pintura, com direito a drible de letra e gol de cobertura de esquerda, o Timão venceu por 3 a 1 – Chicão fez o outro gol corinthiano. A volta no Pacaembu terminou em empate de 1 a 1, gol de André Santos.
2012 – Enfim, a Libertadores
Campeão brasileiro no ano anterior, o Corinthians de Tite vinha de uma eliminação traumática na Libertadores de 2011, contra o inexpressivo Tolima. Com um time forte e experiente, que tinha Cássio, Paulinho, Danilo, Alex, Jorge Henrique, Émerson Sheik, o Timão estreou com empate fora na Venezuela, com gol de Ralf no fim do jogo.
O Corinthians terminou a primeira fase em primeiro, com quatro vitórias e dois empates, vencendo todos os jogos em casa e sem sofrer gols . Além do Deportivo Táchira, o grupo tinha Cruz Azul e Nacional do Paraguai. Nas oitavas de final, o alvinegro eliminou o Emelec, após vitória de 3 a 0 em casa e empate fora.
As quartas foram marcadas pelo jogo de volta contra o Vasco, em que Cássio defende finalização de Diego Souza sozinho após falha de Alessandro. Com Tite expulso e na arquibancada com torcedores e sem segurança, a Fiel viu Paulinho marcar de cabeça em cobrança de escanteio de Alex o gol que colocou o Timão na semifinal.
A semifinal era contra o campeão da edição anterior, o Santos de Neymar e Ganso. Emerson Sheik marcou golaço na Vila Belmiro garantindo vitória fora no jogo de ida por 1 a 0. Na volta, empate em 1 a 1, com gol de Danilo para o Timão.
Na grande final contra o Boca Juniors (ARG), empate em 1 a 1 na primeira partida, na Argentina, com direito a gol de cavadinha de Romarinho no final do segundo tempo. Na volta, no Pacaembu, Sheik brilhou e fez os dois gols do título.
2012 – Campeão do mundo de novo
O Corinthians perdeu peças importantes para o Mundial, como o meia Alex, mas se reforçou principalmente com a chegada do atacante peruano Paolo Guerreiro para disputar o Mundial de Clubes em 2012 no Japão. Na primeira partida, pela semifinal, o time treinado por Tite enfrentou o Al-Ahly do Egito, e teve dificuldades.
Em jogo tenso e equilibrado em Toyota, o alvinegro paulista conseguiu a vitória magra por 1 a 0 ainda no primeiro tempo, com gol de Guerrero de cabeça após cruzamento de Douglas. O adversário pressionou, mas não conseguiu empatar o jogo e o Timão avançou à final.
A decisão foi disputada em Yokohama, contra o Chelsea (ING), que bateu o Monterrey por 3 a 1 e tinha equipe estrelada com nomes como Peter Chec, David Luiz, Lampard, Oscar, Hazard e Fernando Torres. Estima-se que mais de 30 mil torcedores corinthianos estiveram no Japão para assistir o Corinthians in loco.
Em jogo equilibrado, o Timão fez 1 a 0 no meio do segundo tempo com Guerrero, novamente de cabeça, após jogada iniciada por Paulinho e quase gol de Danilo. O Chelsea tentou o empate, mas esbarrou em um Cássio inspirado e eleito o melhor jogador do Mundial. Depois do segundo título mundial do Corinthians, nenhum time da América do Sul voltou a vencer o torneio.
2015 – Hexa em alta qualidade
Em uma terceira passagem de Tite pelo Corinthians, o treinador voltou a ser campeão brasileiro, em 2015, com uma campanha irretocável e um futebol de alta qualidade. O Timão vinha de um ano em que perdia numa tacada só Emerson Sheik e Paolo Guerrero. Cria do Terrão, Malcom e Vágner Love foram os substitutos e deram conta do recado, junto a um forte meio-campo que contava com Ralf, Elias, Jadson e Renato Augusto.
O título veio com quatro rodadas de antecedência e marca por ser a primeira conquista corinthiana na Neo Química Arena, em 2014 e ainda com a melhor média de público da competição, 34 mil torcedores por jogo.
O campeonato teve domínio do Timão. Tite foi eleito o melhor treinador e Renato Augusto o melhor jogador. Além disso, a equipe do Parque São Jorge teve a melhor defesa (31 gols sofridos) e o melhor ataque (71 gols feitos). Vágner Love foi o vice-artilheiro da competição, com 14 gols, e Jadson o terceiro, com 13 gols. O meia ainda foi também o líder de assistências do Brasileirão, com 12 passes para gols.
O segundo colocado, Atlético-MG, quando recebeu o Corinthians e podia diminuir a diferença, perdeu de 3 a 0 em Belo Horizonte. O jogo do título aconteceu no São Januário, contra o Vasco. Vágner Love fez o gol do empate de 1 a 1 que garantiu matematicamente o hexacampeonato para o Todo Poderoso. Depois do título, com apenas os reservas em campo, o Timão ainda aplicou um memorável 6 a 1 no São Paulo.
2017 – De quarta força à hepta
Apenas dois anos depois, o Corinthians já tinha ida do céu ao inferno. A grande maioria do time titular campeão em 2015 foi vendida para a China. O Timão trouxe peças de reposição, que não responderam à altura. Tite foi demitido e o ano de 2017 começava com Fabio Carille, interino efetivado, estreando no cargo.
O Corinthians era tido como a quarta força de São Paulo, mas comandado por Jadson, Rodriguinho e Jô, foi campeão paulista em cima da Ponte Preta. Mesmo assim, entrou para disputar o Campeonato Brasileiro sem ser citado como um dos favoritos ao título ou à vaga na Libertadores, mas já conhecido pela defesa forte.
Porém, com início fulminante e primeiro turno histórico, o time de Carille foi aos poucos se credenciando ao título. Nomes como Balbuena, Arana, Gabriel, Maycon, Romero e Clayson foram importantes. O segundo colocado, na cola do Timão, era o Palmeiras, e teve dérbi de seis pontos na reta final da competição.
Na Neo Química Arena, o Corinthians espantou qualquer possibilidade de perder a liderança e bateu o Palmeiras por 3 a 2 em um jogaço, com Romero tirando selfie para comemorar um dos gols. Depois disso, o alvinegro emendou quatro vitórias seguidas que culminaram no título após vitória de 3 a 1 sobre o Fluminense, em casa.